quarta-feira, 23 de julho de 2008

Mãe Desnecessária

A boa mãe é aquela que vai se tornando desnecessária com o passar do tempo.
Várias vezes ouvi de um amigo psicanalista essa frase e ela sempre me soou estranha. Até agora.

Agora que minha filha adolescente, quase aos 18 anos, começa a dar vôos solo.
Chegou a hora de reprimir de vez o instinto materno de querer colocar a cria embaixo da asa, protegida de todos erros, tristezas e perigos.

Uma batalha interna hercúlea, confesso.

Quando começo a esmorecer na luta para controlar a supermãe que todas temos dentro de nós, lembro logo da frase, hoje absolutamente clara.

Se eu fiz o meu trabalho direito, tenho que me tornar desnecessária. Antes que alguma mãe apressada venha me acusar de desamor, preciso explicar o que significa isso. Ser "desnecessária" é não deixar que o amor incondicional de mãe, que sempre existirá, provoque vício e dependência a ponto de eles não conseguirem ser autônomos, confiantes e independentes.

Prontos para traçar seu rumo, fazer suas escolhas, superar suas frustrações e cometer os próprios erros também.

A cada fase da vida, vamos cortando e refazendo o cordão umbilical.

A cada nova fase, uma nova perda e um novo ganho, para os dois lados, mãe e filho.

Porque o amor é um processo de libertação permanente e esse vínculo não pára de se transformar ao longo da vida.

Até o dia que os nossos filhos se tornam adultos, constituem a própria família e recomeçam o ciclo.

O que eles precisam é ter certeza de que estamos lá, firmes, na concordância ou na divergência, no sucesso ou no fracasso, com o peito aberto para o aconchego, o abraço apertado, o conforto nas horas difíceis.

Pai e mãe - solidários - criam filhos para serem livres.

Esse é o maior desafio e a principal missão.

Ao aprendermos a ser desnecessários, nos transformamos em porto seguro para quando eles decidirem atracar.


Marcia Neder

sábado, 19 de julho de 2008

20 de Julho - Dia do Amigo

"As coisas se desprenderam de mim. Eu prolonguei certos desejos; eu perdi amigos, alguns para a morte... outros pela incapacidade de atravessar a rua.”

Virgínia Woolf

Que possamos além de “atravessar a rua” disponibilizar nosso afeto, nosso ombro, nosso colo, conscientes que só a partir do acolhimento podemos estar atentos à escuta do outro.

Que nossos laços de amizade se fortaleçam cada vez mais.

Abraços e afetos procês.

Regina Coeli Carvalho