domingo, 30 de maio de 2010

Nosso encontro na Colombo


Mãe Gaia nos convocou para um Café com Bolo no Fio de Ariadne. Para não ficarmos numa Saia Justa juntamos os Pedaços, analisamos com Amica Philosophiae e os transformamos num Mix CulturalEnquanto esperamos nos Canteiros comentamos O que Elas estão lendo  Depois dos 25.


 Giselle, Carol, Glorinha, Beth, Regina, Beta, Vanessa, Cynthia, 
A paixão pelos livros foi o motivo do encontro.



sábado, 29 de maio de 2010

A mulher da página 194


Embora o texto seja antigo lembrei dele ao ler a postagem, da minha querida Jéssica, no Orkut.

“Que me perdoem as burras, porque inteligência é fundamental, uma vez que beleza se vem comprando na esquina!” Jéssica Paetzoldt
 
Ela é loira e linda. Tem 20 anos. Modelo profissional. Saiu na última edição da revista americana Glamour ilustrando uma reportagem sobre autoimagem, e foi o que bastou para causar um rebuliço nos Estados Unidos. A revista recebeu milhares de cartas e e-mails. Razão: a barriga saliente da moça. Teor das mensagens: alívio. Uma mulher com um corpo real.

Não sei se Lizzie Miller, que ficou conhecida como a mulher da página 194, já teve filhos, mas é pouco provável, devido à idade que tem.

No entanto, quem já teve filhos conhece bem aquela dobrinha que se forma ao sentar. E mesmo quem não teve conhece também, bastando para isso pesar um pouco mais do que 48 quilos, que é o que a maioria das tops pesa. Lizzie não é um varapau — atua no mercado das modelos “plus size”, ou seja, de tamanhos grandes. Veste manequim 42, um insulto ao mundo das anoréxicas.

A foto me despertou sentimentos contraditórios. Por mais que estejamos saturados dessa falsa imagem de perfeição feminina que as revistas promovem, há que se admitir: barriga é um troço deselegante. É falso dizer que protuberâncias podem ser charmosas. Não são.

Só que toda mulher possui a sua e isso não é crime, caso contrário, seríamos todas colegas de penitenciária. Sem photoshop, na beira da praia, quase ninguém tem corpaço, a não ser que estejamos nos referindo a volume. Se estivermos falando de silhueta de ninfa, perceba: são três ou quatro entre centenas. E, nesse aspecto, a foto de Lizzie Miller serve como uma espécie de alforria. Principalmente porque ela não causa repulsa, ao contrário, ela desperta uma forte atração que não vem do seu abdômen, e sim do seu semblante extremamente saudável. É saúde o que essa moça vende, e não ilusão.

Um generoso sorriso, dentes bem cuidados, cabelos limpos, segurança, satisfação consigo próprio, inteligência e bom humor: é isso que torna um homem ou uma mulher bonitos. Aquelas meninas magérrimas que ilustram editoriais de moda, quase sempre com cara de quem comeu e não gostou (ou de quem não comeu, mas gostaria), são apenas isso: magérrimas. Não parecem pessoas felizes. Lizzie Miller dá a impressão de ser uma mulher radiante, e se isso não é sedutor, então rasgo o diploma de Psicologia que não tenho. Ela merecia estar na primeira página, mas, mesmo tendo sido publicada na 194, roubou a cena.

Que reação a foto causou em você? Repúdio ou alívio?

Martha Medeiros

domingo, 23 de maio de 2010

Casa Geriátrica São Mateus


Promovemos um lanchinho na tarde de sábado para os idosos da Casa Geriátrica São Mateus.
Prédio antigo, instalações simples porém tudo muito limpinho e aconchegante.
Observamos o carinho de seus funcionários para com os idosos que lá residem.
Foi uma tarde muito agradável, com bastante alegria e saímos de lá com a certeza que quando fazemos algo pelo próximo recebemos essa energia duplicada.
Obrigada vovós e vovôs, nossos novos amigos.



Muitos amigos nos ajudaram na compra das lembrancinhas e no preparo dos lanches porém alguns não puderam nos acompanhar.

Nosso agradecimento a toda turma do grupo CoMover.





segunda-feira, 17 de maio de 2010

O desapego e o Menino do Dedo Verde



Não tenho apego a maioria das coisas materiais, acredito que nossa energia deve ser renovada e por isso constantemente faço doações de roupas, sapatos, bolsas, enfim do que não uso mais. Mas tenho uma grande dificuldade de me desapegar dos meus livros. Há dois anos, quando mudei de residência doei cerca de 200 livros, pois não teria lugar para abrigá-los. Quando fiz a seleção dos livros, alguns, mesmo velhinhos, não tive coragem de dar. Ontem enquanto procurava um livro antigo encontrei “O menino do dedo verde” que ganhei da minha amiga Lenilda em 1978.
Abri-o ao caso e reli essa passagem dentre muitas selecionadas na época da leitura.

“O Dr. Milmales esperava Tistu atrás de sua grande mesa niquelada, repleta de livros.
- Então, Tistu - perguntou ele - que foi que você aprendeu? Que sabe de medicina?
- Aprendi - respondeu Tistu - que a medicina não pode quase nada contra um coração muito triste. Aprendi que para a gente sarar é preciso ter vontade de viver. Doutor, será que não existem pílulas de esperança?
O Dr. Milmales ficou espantado com tanta sabedoria num garoto tão pequeno.
- Você aprendeu sozinho a primeira coisa que um médico deve saber.
- E qual é a segunda, Doutor?
- É que para cuidar direito dos homens é preciso amá-los bastante.
Maurice Druon, In  O menino do dedo verde, 1978, 20ª Edição


sábado, 15 de maio de 2010

A dor do inexplicável



Querem matar o quê, nessas crianças? Já houve criança arrastada até a morte, crianças no lixo, criança jogada da janela, crianças afogadas, crianças assassinadas a machadadas na China há poucos dias. E agora esta perua do mal. Não foi um acesso de loucura. Houve método. A menina foi adotada pelo prazer da tortura. Por que essa brutalidade? Desde o Édipo que seu pai mandou matar até Herodes, a criança mobiliza fascínio e amor. E também medo e ódio. Por quê? Sempre procuramos uma causa, mas vivemos o tempo do insolúvel. Talvez ataquem crianças, porque nos evocam um tempo de esperanças, coisa do passado. Será o ato hediondo uma vingança contra a falta de futuro? Esses crimes vão além da punição. Eles nos dão uma pista de algo que se forma no ar do tempo. Não apenas por causas sociais. Esta perua rica o prova. O mal está em todos nós e está à solta. Não há como coibi-lo com punições que nos aliviem. O mal renasce. Guerras mundiais, holocausto, Hiroshima. Mas não sabemos ainda que novo mal é este. Não conhecemos a solução, nem o problema. O que dói em nós é a falta de sentido, a dor do inexplicável.

Arnaldo Jabor (Jornal da Globo de 13/05/2010)

domingo, 9 de maio de 2010

Mãe

Há vinte anos guardo comigo esses sapatinhos e há dois meses os coloquei no quadrinho. Mais que meu caminhar, representam também meu aprendizado e crescimento ao lado da Clara. Quando ela nasceu, meus passos como mãe eram tão pequeninos quanto seus pés. Na troca diária da nossa caminhada, na vivência de mãe e filha, nos fortalecemos casa vez mais. Hoje nossa relação é sustentata por respeito e admiração mútua.
Ser mãe é o papel mais prazeroso que desempenho.
Obrigada filha!