sexta-feira, 30 de novembro de 2012

1º de Dezembro – Dia Mundial de Combate à AIDS



Durante muitos anos convivendo com crianças soropositas assisti a muitas mortes. Tempo em que não existiam os famosos coquetéis.
Embora esse final fosse esperado, pois se encontravam em estado terminal o falecimento dessas crianças sempre foi motivo de grande tristeza.
Hoje a sobrevida é maior e aquela aparência esquálida não mais se apresenta.
Essas perdas, cujos rostinhos ainda fazem parte da minha memória afetiva, além do sofrimento empático deixaram ganhos na minha maneira de encarar a vida.
Agradeço a oportunidade de ter aprendido grandes lições desses seres tão especiais.
No Dia Mundial de Combate a AIDs, minha solidariedade aos portadores de HIV e minha gratidão à amiga Elizabeth Martins que iniciou o trabalho voluntário junto às crianças soropositivas do Hospital Infantil do Fundão e me levou a conhecer e me engajar em um mundo completamente diferente daquele em que vivia.
Dante, Cecília, Amanda, Valéria, Paulinho e tantas crianças que se foram.
Dezenove anos tentando amenizar o sofrimento e ajudar na melhoria de condição de vida dessas crianças.
Resistimos bravamente a nos tornarmos uma “ONG”, nosso trabalho de formiguinha sempre deu certo e partidárias do velho ditado: “Em time que está ganhando não se mexe”, há dezenove anos estamos juntos.
Minha saudade ao amigo “Paulo Palavrão” grande colaborador do nosso trabalho, que após a sua partida nossas festas perderam o brilho emanado da sua alegria.
Minha saudade, também, da amiga Marilucia e do amigo André Filho que partiram vitimados por esse vírus agravado ao vírus da ignorância e discriminação em uma época que o paciente soropositivo era visto como um indivíduo perigoso à sociedade.
Nesse dia agradeço especialmente ao jovem Rosemberg Neto um dos nossos colaboradores no serviço pesado, transportando para o caminhão os presentes das crianças, carregador dos sacos do Papai Noel, garçom das crianças e pau para toda obra nas nossas festas.
Hoje, nosso jovem encontra-se internado em estado grave, vítima de uma meningite.
Daqui enviamos de volta toda energia positiva e alegria que durante anos ele transmitiu as nossas crianças.
Volta logo, Rosemberg, o mundo precisa muito de você.
Regina Coeli Carvalho

Lembrando sempre que a prevenção é o melhor remédio.


quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Maracanã, Fluminense e o presente significativo


Na adolescência frequentei com assiduidade o Maracanã..
Dia de jogo do Fluminense encontrava a saudosa amiga Dalva e partíamos serelepes, devidamente paramentas com nossas camisas listradas de verde,grená e branco em direção ao estádio.
Ao caminhar pela rua em que morava percebia um olhar de admiração de um senhor morador da localidade. Com o passar do tempo discretamente ele dizia ao me ver passar: “Viva o Flu”. Um dia fui abordada por ele que me entregou um cartão com a recomendação de que eu estava de posse de uma raridade. Ele tinha jogado pelo Fluminense antes mesmo do meu nascimento.
Guardo esse cartão com muito carinho e já está destinado coma “herança” para uma pessoa especial torcedora do Fluminense.
São esses presentes que não são comprados em lojas, mas que chegam embrulhados de afeto que marcam pelo significado da oferta.

 
Regina Coeli Carvalho
Publicado no Recanto das Letras em 22/11/2012
Código do texto: T3998591

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Eu e (alguns dos) meus homens


Eu e (alguns dos) meus homens

Li Platão pra saber que não quero amores platônicos e que a vida real não está no mundo sensível, idealizado.
Aristóteles me ensinou que a metafísica de um relacionamento me seduz mais que a própria química ou o físico.
Descartes me deu a deixa do “gozo, logo existo”.
Quando Sartre me disse que o inferno era o outro, descobri também um paraíso ali.
E Nietzsche matando Deus, me deu permissão pra pecados deliciosos.
(A Igreja me ensinou a pecar).
Hegel era um chato.
Maquiavel me deu estratégias que não usei, não gosto de jogos de sedução, " canso, logo desisto"( Descartes de novo!).
Kant me ensinou que ser racional pode ser bem mais prático que romântico.
Schopenhauer me fez entender sobre a vontade insaciável que nos provoca o tédio.
Já me deitei com Kierkegaard.
Freud me apresentou Édipos, homens que me namoravam porque não podiam casar com suas próprias mães.
Wittgneistein eu abandonei antes de tentar entender.
Heidegger me falou da angústia que nos recolhe e renova.Aprendi muito sobre a autenticidade com ele.
Derrida desconstruiu tudo. Pra Foucault, sexo era phoder!

Mas foi um poeta, Manoel de Barros, que açucarou meu coração com açucenas.

Marla de Queiroz, in Flores de Dentro

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Onde está Joana?



Pedido da Lenore, mãe da Joana:
Sejam minhas pontes, me ajudem a descobrir!!!!
É muito triste nada saber sobre minha JOANA.
Maiores informações: Desaparecidos do Brasil

 "Todos nós somos construtores dessa ponte que anula distâncias". Mia Couto
Que possamos ser pontes na busca por Joana.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Operação Asfalto Liso??????


Enquanto o Sr. Eduardo Paes propaga as grandes obras da cidade, fotografei da minha janela um pequeno trecho da Rua das Laranjeiras, rua de acesso ao Cristo Redentor.
A obra de arte é fruto da Operação Asfalto Liso,tão alardeada pelo nosso prefeitinho.
Isso porque estamos bem perto do Palácio Guanabara, sede do Governo do Rio de Janeiro.
Imaginem nos cantões da cidade.
SOMOS UM RIO: maquiado e remendado.




sábado, 3 de novembro de 2012

Obrigada, Heleninha


Durante muitos anos o dia 3 de novembro era dedicado a minha mãe.
Usava meus poucos dotes culinários para preparar seu bolo de aniversário.
Casa sempre cheia. Filhos, noras, genros, netos, bisnetos, amigos e quem mais chegasse.
Seu coração e disponibilidade para o outro estavam sempre abertos do tipo “sempre cabe mais um”.
Com ela aprendi a dividir e multiplicar afetos e principalmente o valor da gratidão.
Obrigada, Heleninha, por tudo que você deixou marcado em mim.
Feliz aniversário onde quer que você esteja.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Use suas armas sem moderação


Imagem de autoria desconhecida*

Encontrei essa foto em uma postagem no facebook, fui pesquisar a autoria, mas não consegui saber quem a produziu.
A linguagem não verbal que a foto destaca nos mostra o nosso poder de denunciar e cobrar das nossas autoridades o que nos incomoda ou nos causa indignação.
Nossas armas são as máquinas fotográficas, as câmeras dos celulares, nossas vozes e gritos através das redes sociais.
Hoje somos milhões a usar a internet e através dela nos tornamos fiscais dos desmandos, das falcatruas, das injustiças.
Use suas armas sem moderação.
Regina Coeli Carvalho

Para nossa reflexão:
”Aprendi com o tempo que não bastava apenas ficar indignada com injustiças.
passei a participar de protestos, passeatas e eventos contra homofobia, violência, maus tratos aos animais e tudo aquilo que mancha a dignidade.
Partir para a ação pacífica é uma atitude democrática e valiosa.”
Anita Costa Prado

*Quem souber a autoria da foto solicito a gentileza de me enviar o autor.


Publicado no Recanto das Letras
Regina Coeli Carvalho em 01/11/2012
Código do texto: T3964413
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