sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Gabeira por Caetano

“Que diabo é isso de dizer que Gabeira é “Zona Sul”? Gabeira é mineiro, jornalista, foi revolucionário exilado, trabalhou como motorneiro de metrô em Estocolmo. E é o homem que representa o que o Rio deve dizer que quer agora: dignidade. Ele tem a ver com um futuro bacana que os cariocas não podem jogar fora. Tudo a ver com a coragem de enfrentar os corruptos do Planalto – no legislativo e no executivo – e nada a ver com esse folclore de drogas: eu odeio maconha e vou votar nele.”

Caetano Veloso, do blog Obra em Progresso.



quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Psicologia e Psicologias: oficialismos e libertação

La ronde Art Print by Mai-Thu


Completamos mais um ano – o 46º – da regulamentação de nossa profissão no Brasil. Estas datas oficiais,que marcam um momento importante na institucionalização de uma prática, podem e costumam ser comemoradas com palavrórias, festividades, discursos, homenagens, do tipo do “lirismo bem comportado funcionário público com livro de ponto expediente protocolo e manifestação de apreço ao senhor diretor”, de que falava Manuel Bandeira nos versos de sua “Poética”.

Não é esta a Psicologia que queremos saudar; falamos de uma outra, que surge das ruas,dos becos,das favelas,das periferias,das prisões, dos hospitais, dos tribunais, das fábricas, das cidades e dos campos, de onde quer que haja um ser humano que precise de nós, psicólogos (as), e que a nós ainda não tenha acesso, por condições econômicas, políticas, sociais ou culturais. É esta a Psicologia a que nos referimos, que surge no dia-a-dia, que ousa romper com os saberes humanos e sociais institucionalizados, bonitinhos, bem-comportados, naturalizados, obedientes, passivos e submissos às práticas e aos poderes estabelecidos, e que estes saberes tão bem amparam e justificam.

Nós preferimos esta Psicologia, assim como Manuel Bandeira quer “...antes o lirismo dos loucos / o lirismo dos bêbados / o lirismo difícil e pungente dos bêbados / o lirismo dos clowns de Shakespeare”. Esta Psicologia nos ajudará a cumprir nossa plataforma, de ética e compromisso social.

Manuel Bandeira termina seu poema clamando: “Não quero mais saber do lirismo que não é libertação”. Esperamos poder levantar a mesma bandeira: não queremos mais saber da Psicologia que não é libertação.

Editorial - Jornal do CRP - RJ ano 5 - nº 18 - Agosto 2008.

Passeio Socrático

O Pensador, Paul Mathieu


Ao visitar em agosto a admirável obra social de Carlinhos Brown, no Candeal, em Salvador, o ouvi contar que na infância vivida ali, na pobreza, ele não conheceu a fome. Havia sempre um pouco de farinha, feijão, frutas e hortaliças. "Quem trouxe a fome foi a geladeira", disse. O eletrodoméstico impôs à família a necessidade do supérfluo: refrigerantes, sorvetes etc. A economia de mercado, centrada no lucro e não nos direitos da população, nos submete ao consumo de símbolos. O valor simbólico da mercadoria figura acima de sua utilidade. Assim, a fome a que se refere Carlinhos Brown é inelutavelmente insaciável. É próprio do humano - e nisso também nos diferenciamos dos animais - manipular o alimento que ingere. A refeição exige preparo, criatividade, e a cozinha é laboratório culinário, como a mesa é missa, no sentido litúrgico.

A ingestão de alimentos por um gato ou cachorro é um atavismo desprovido de arte. Entre humanos, comer exige um mínimo de cerimônia: sentar à mesa coberta pela toalha, usar talheres, apresentar os pratos com esmero e, sobretudo, desfrutar da companhia de outros comensais. Trata-se de um ritual que possui rubricas indeléveis. Parece-me desumano comer de pé ou sozinho, retirando o alimento diretamente da panela.

Marx já havia se dado conta do peso da geladeira. Nos "Manuscritos econômicos e filosóficos" (1844), ele constata que "o valor que cada um possui aos olhos do outro é o valor de seus respectivos bens. Portanto, em si o homem não tem valor para nós." O capitalismo de tal modo desumaniza que já não somos apenas consumidores, somos também consumidos. As mercadorias que me revestem e os bens simbólicos que me cercam é que determinam meu valor social. Desprovido ou despojado deles, perco o valor, condenado ao mundo ignaro da pobreza e à cultura da exclusão. Para o povo maori da Nova Zelândia cada coisa, e não apenas as pessoas, tem alma. Em comunidades tradicionais de África também se encontra essa interação matéria-espírito. Ora, se dizem a nós que um aborígine cultua uma árvore ou pedra, um totem ou ave, com certeza faremos um olhar de desdém. Mas quantos de nós não cultuam o próprio carro, um determinado vinho guardado na adega, uma jóia?

Assim como um objeto se associa a seu dono nas comunidades tribais, na sociedade de consumo o mesmo ocorre sob a sofisticada égide da grife. Não se compra um vestido, compra-se um Gaultier; não se adquire um carro, e sim uma Ferrari; não se bebe um vinho, mas um Château Margaux. A roupa pode ser a mais horrorosa possível, porém se traz a assinatura de um famoso estilista a gata borralheira transforma-se em cinderela. Somos consumidos pelas mercadorias na medida em que essa cultura neoliberal nos faz acreditar que delas emana uma energia que nos cobre como uma bendita unção, a de que pertencemos ao mundo dos eleitos, dos ricos, do poder. Pois a avassaladora indústria do consumismo imprime aos objetos uma aura, um espírito, que nos transfigura quando neles tocamos. E se somos privados desse privilégio, o sentimento de exclusão causa frustração, depressão, infelicidade.

Não importa que a pessoa seja imbecil. Revestida de objetos cobiçados, é alçada ao altar dos incensados pela inveja alheia. Ela se torna também objeto, confundida com seus apetrechos e tudo mais que carrega nela mas não é ela: bens, cifrões, cargos etc. Comércio deriva de "com mercê", com troca. Hoje as relações de consumo são desprovidas de troca, impessoais, não mais mediatizadas pelas pessoas. Outrora, a quitanda, o boteco, a mercearia, criavam vínculos entre o vendedor e o comprador, e também constituíam o espaço das relações de vizinhança, como ainda ocorre na feira.

Agora o supermercado suprime a presença humana. Lá está a gôndola abarrotada de produtos sedutoramente embalados. Ali, a frustração da falta de convívio é compensada pelo consumo supérfluo. "Nada poderia ser maior que a sedução" - diz Jean Baudrillard - "nem mesmo a ordem que a destrói." E a sedução ganha seu supremo canal na compra pela internet. Sem sair da cadeira o consumidor faz chegar à sua casa todos os produtos que deseja.

Vou com freqüência a livrarias de shoppings. Ao passar diante das lojas e contemplar os veneráveis objetos de consumo, vendedores se acercam indagando se necessito algo. "Não, obrigado. Estou apenas fazendo um passeio socrático", respondo. Olham-me intrigados. Então explico: Sócrates era um filósofo grego que viveu séculos antes de Cristo. Também gostava de passear pelas ruas comerciais de Atenas. E, assediado por vendedores como vocês, respondia:

"Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz".

Frei Beto

domingo, 21 de setembro de 2008

Le Lendemain

Sou feita de dias seguintes
Do dia seguinte ao dia do baile
Onde tudo é calma, silêncio e tranquilidade
Do dia seguinte a uma noite de amor
Quando acordo plena de céus e de estrelas
das tuas mãos e do teu cheiro
Do dia seguinte a uma noite ensolarada
Onde tudo é lua
e me sinto inteira, lua cheia, prateada, brilhando
Sou feita de vésperas e dias seguintes,
Da expectativa que a véspera me faz
E da realização que o dia seguinte me traz

Karla Julia


Isolabella

Quero levar-te àquela ilha

onde serás amado,

onde serás aceito

do jeito

que és.

Onde podes tirar a máscara

e deixar esplender

teu rosto.

Onde minha ternura

não se espantará

com teu grão de loucura;

onde minha paixão não diminuirá

com tua parcela de medos;

onde podes ser o que és,

naturalmente,

e mesmo assim

farei de ti

um rei.

Lya Luft, in Histórias do Tempo.



sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Abraço

“Meus braços não são do tamanho do mundo, mas foram feitos no tamanho exato de abraçar alguém.” Rita Apoena

Para minha ex-aluna Tatiane que ao deixar um recadinho relembrando nosso abraço me fez sentir toda energia emanada daquele momento.



quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Ministro do Superior Tribunal da Poesia,

DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DE ACESSO, GOZO E FRUIÇÃO DA PALAVRA ESCRITA.

1º - Todo poder emana da palavra em liberdade e através da poesia deverá ser exercido.

2º - A palavra escrita será acessível a todas as pessoas, que deverão lê-las e interpretá-las mediante seu próprio entendimento e vontade, sem normas impostas de qualquer espécie, por quem quer que seja, independente da autoridade que se arvore, seja civil, religiosa, militar, ou carnavalesca.

3º - É obrigação imperiosa de qualquer governo, de qualquer lugar do Planeta, sob pena de cegueira e surdez, prover aos seus cidadãos os meios necessários à alfabetização plena.

§ único – Os portadores de necessidades especiais, incluindo-se os ignorantes de todo gênero, terão prioridade na aplicação dos recursos e implementos contidos na presente declaração.

4º - Os livros serão considerados, à partir da presente data, artigos de primeira necessidade, tanto quanto alimentos, remédios e vinho, havendo locais públicos, abertos dia e noite, destituídos de portas, onde eles poderão ser lidos, manuseados, retirados e não devolvidos, ou acariciados por todos, inclusive, pelos ainda analfabetos.

5º - A Literatura e Poesia passam a ser consideradas sagradas, e os seus agentes apenas considerados arautos da divindade, que não mais terá nome específico, podendo ser denominada por qualquer dos nomes hoje existentes (Deus, Jeová, Brama, Oxalá, Alá, Zoroastro . . .) ou por outros quaisquer nomes que venham a ser inventados.

§ único - A divindade poderá, ainda, ser negada, vilependiada, ou achincalhada, que o homem é livre em suas manifestações de pensamento, delas somente prestando contas ao tribunal de sua consciência; não cabendo a nenhum crente ou prosélito sentir-se humilhado ou ofendido pelo que for dito por quem quer que seja no exercício de sua legítima liberdade de expressão, pois a sandice de hoje, bem poderá ser a verdade de amanhã.

6º - Todos, mas todos mesmos, são iguais perante a Palavra Escrita, independente de religião, ideologia, crença, achismos, preferências gastronômicas, títulos acadêmicos, opção sexual, raça, loucura ou sanidade, podendo dela fazer uso ao seu bel prazer, inclusive, usando-a como vestimenta, a ninguém sendo permitido negar a sua mais livre expressão.

7º - Esta lei independe de publicação pra entrar em vigor, pois é direito integral e inalienável de todo ser humano, como o ato de respirar ou de ser feliz.

8º - Ficam revogadas todas as disposições em contrário, mas com muito carinho, afeto e doçura, que a força tem-se demonstrado, ao longo da toda a trajetória humana, incapaz de promover a paz e a concórdia.

Planeta Terra, o terceiro a partir da estrela de 5ª grandeza, que chamamos de Sol – Via Láctea, aproximadamente 300.000 anos desde o advento da fala.

PS. Meus agradecimentos a Rousseau, Voltaire, Diderot, Danton, que fizeram a Revolução Francesa, aos que promulgaram em 1948 a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão em 1948 e ao Poeta Thiago de Mello, pela inspiração.

José Luiz Santos, meu amigo JL, poeta de primeira.

Quem é o bandido?

Madrugada do dia 17 de setembro de 2008. Faz bastante frio em Passo Fundo, cidade do Rio Grande do Sul.

Um casal estaciona um carro, na porta de um bar, e entra. Esquecer o cotidiano bem acompanhado, um vinho a dois... nada melhor para manter a relação aquecida. Se tivessem que tomar conta, apenas, deles mesmos no mundo, seria fácil esquecer tudo àquela hora.

Enquanto isso, o Dimas procura um carro pra roubar. Este é o seu "trabalho": vive roubando carros largados por casais apaixonados nas calçadas da cidade. Fácil. Naquela noite fria, pouca gente circulando, basta escolher o carro ideal e ir embora. Nem precisa fazer "teste drive", perguntar nada ao vendedor, pensar se tem dinheiro suficiente pra adquirir o veículo. Basta entrar e ir embora, feliz. Com tantos ladrões espalhados por este Brasil, o Dimas seria mais um a manter a vida à custa do trabalho dos outros.

Mas... no meio da história havia uma criança. E foi o que Dimas percebeu quando olhou pro banco de trás do carro, algum tempo depois do roubo.

Antes que alguém lembre daquela criança que foi arrastada pelas ruas do subúrbio do Rio, presa pelo cinto de segurança, eu conto o que fez o nosso ladrão.

Parou imediatamente. Procurou um telefone público e ligou pra Brigada Militar.

- Seguinte, ó: eu vou ser bem sincero contigo, tá? Eu roubei um carro ali, tá? Agora. E eu peguei o carro e tinha uma criança dentro, cara! E eu não vi, entendeu?, não vi..."

Então o que que eu fiz? Eu peguei o carro e botei o carro atrás da ENAVE, tá? Então tu manda uma viatura lá e manda o "filho da..." do pai dele pegar ele e levar pra casa. Um piazinho, tá?

E continua:

- É um monza. Tem um piazinho dormindo no banco de trás, tá? E diz pro "filho da..." do pai dele pra não ir..., pois da próxima vez que eu pegar aquele auto e tiver o piá lá, eu vou matar ele..."

O Dimas tem filho? Ninguém sabe. Sumiu na noite, anônimo, revoltado, frustrado, a pé... querendo matar o "filho da..." do pai de uma criança de cinco anos que é deixada num carro, na rua, numa madrugada fria. O piazinho, filho do ladrão, se existir, não seria abandonado assim, à mercê da proteção de ladrões de carros. Estaria em casa, bem agasalhado por um bom pai.

Notas:

1. O ladrão não falou o nome, por questões óbvias. Não vai deixar a "profissão". Parte do coração dele é de um pai exemplar. Parte ainda vai continuar roubando. Utilizei o apelido Dimas, que era o nome do bom ladrão, aquele que foi crucificado ao lado de Cristo.

2. "Piá" é como o povo do sul do Brasil se refere à criança e adolescente.

2. Ouvi a notícia no Jornal das Dez, do canal Globo News. Se alguém quiser ouvir o telefonema do ladrão, aí vai o endereço:

http://mediacenter.clicrbs.com.br/templates/player.aspx?uf=1&contentID=34332&channel=49

Aldo Cordeiro, meu amigo cronista.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

O tempo......


acho que a vida anda passando a mão em mim
a vida anda passando a mão em mim
acho que a vida anda passando
a vida anda passando
acho que a vida anda
a vida anda em mim
acho que há vida em mim
a vida em mim anda passando
acho que a vida anda passando a mão em mim


e por falar em sexo quem anda me comendo
é o tempo
na verdade faz tempo mas eu escondia
porque ele me pegava à força e por trás

um dia resolvi encará-lo de frente e disse: tempo
se você tem que me comer
que seja com o meu consentimento
e me olhando nos olhos

acho que ganhei o tempo
de lá pra cá ele tem sido bom comigo
dizem que ando até remoçando

Do livro Pensamento do Chão, de Viviane Mosé.

Minha casa me guarda como um abraço

Tenho muitas janelas.
Que é por onde o sol e a chuva me visitam.
O vento aqui também é muito forte.
Às vezes derruba tudo e eu gosto.
Mas aqui também cabem pessoas.
Tem sempre lugar pra pessoas em mim.

Viviane Mosé



segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Justiça para Flavia



A História de Flávia e a lentidão da Justiça Brasileira em seus julgamentos.




"Flavia, uma criança de até então 10 anos de idade que em 06 de Janeiro de 1998, enquanto brincava com o irmão Fernando de 15 e mais dois amigos,um de 14 e outro de 15 anos na piscina do seu prédio, viu-se presa pelos cabelos em um ralo da piscina, que fora mal instalado e que por um superdimensionamento do equipamento acabou puxando a água com mais potência do que deveria e em certo momento puxou também o cabelo de Flavia, que por não conseguir se soltar do ralo da piscina acabou sofrendo uma parada cárdio-respiratória, o irmão em um ato de coragem e de desespero puxou a menina de vez da água o que fez com que ela perdesse uma grande mecha de seu cabelo, no prédio havia também dois médicos, os dois fizeram todo o trabalho de reanimação da criança até que depois de cerca de quarenta minutos a menina foi levada pelo corpo de bombeiros,até um heliporto improvisado, na esquina da Av.Ibirapuera com a República do Líbano, em Moema. Dali seguiu de helicóptero até a Santa Casa. Após mais de um mês na UTI e mais 7 meses no apartamento do Hospital, Flávia pôde ir pra casa, onde também precisou mudar vários dos hábitos que eram seguidos no hospital inclusive a troca de uma sonda nasogástrica por uma gástrica que facilitou a alimentação da garota. Através do sitema Home Care a pequena Flavia ficou sendo cuidada por mais 3 anos . Após esses três anos, o Home Care foi retirado e Flavia passou a ser cuidada por equipe reduzida de profissionais. Isto foi feito para reduzir despesas pois Odele, mãe de Flavia, enfrentava dificuldades financeiras para arcar com as despesas decorrentes do tratamento de Flavia..Enquanto tudo isso que eu resumi aqui acontecia, a Odele, lutava na Justiça pra conseguir em primeiro lugar provar que os cabelos de Flavia haviam sido sugados pelo ralo da piscina, em segundo lugar que os (i)responsáveis pagassem pelo que fizeram e que a lei fizesse com que as normas para a instalação e monitoramento dos sistemas de sucção das piscinas fossem mais duras com os fabricantes, infelizmente a luta acabou com uma indenização de apenas 100.000 reais para que essa mãe cuide da Flavia pro resto de sua vida e o caso está até hoje na justiça, e até hoje não houve ainda uma punição aos culpados pelo acontecido e muitas pessoas ainda ficam com graves seqüelas ou morrem no mundo por causa de ralos de piscinas." Arnaldo Reis Trindade 04/06/08

Maiores esclarecimentos:

http://www.flaviavivendoemcoma.blogspot.com/

Odele e Flavia

"Mas é preciso ter manha, é preciso ter graça, é preciso ter sonho sempre. Quem traz na pele essa marca possui a estranha mania de ter fé na vida!" (Milton Nascimento - Fernando Brant)

Meu carinho procês.

Regina Coeli Carvalho



sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Cleyde Prado Maia

“Em vez de entregar os pontos, eu pus minha dor num saco e transformei em luta meu sofrimento." Cleyde Prado Maia - mãe de Gabriela morta aos 14 anos vítima de bala perdida.

Amiga,

Esta tua frase quando da perda da Gabriela me fez crescer e aprender que a dor tem que nos transformar de alguma maneira, caso contrário foi uma dor vivida em vão.

Sua luta contra a impunidade foi incansável e tenho certeza que muitas sementinhas você deixou plantada.

Meu carinho.



quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Mia Couto


Foto: Anna Clara Carvalho


“Sou filho de poeta, nasci entre livros e mais do que entre livros, nasci com essa doença do não nos bastar o mundo real”. Mia Couto

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Manoel de Barros

Image: http://www.editorial100.pt/100palavras.htm



“Já escrevi que as palavras entram no cio quando eu faço carícias para elas. Elas chegam a me convidar. Eu aceito os convites. E temos uma relação quase carnal para o poema. Todas as palavras que uso me contêm. Fica mesmo parecendo que a linguagem é concubina minha. Já pensei nisso seriamente e me achei um tarado.” Manoel de Barros em entrevista a Fabrício Carpinejar, Junho/2003




Uma ocasião especial



“Uma ocasião especial” é qualquer ocasião à qual a alma esteja presente.
“Reservar” para outra hora é o jeito que o ego tem de dizer, rabugento, que não acredita que a alma mereça prazer no dia-a-dia.

Estés, Clarisse Pinkola. In, A Ciranda das Mulheres Sábias, RJ, Ed. Rocco, 2007.


Selecionei esse trecho do livro acima para enfatizar que “uma ocasião especial” é todo dia.

Sentiu vontade de usar o perfume especial, use-o. Não importa que você vá ao supermercado ou à padaria da esquina.

“Ah! Hoje eu queria usar aquele sapato que comprei há um mês, mas estou guardando para um dia especial”. Use-o!

Você precisa ficar bonita (o), cheirosa (o), bem vestida (o) principalmente para você.

Ame-se! Faça sua ocasião especial acontecer a toda hora.