quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Bondade ou Permuta do Prefeito?


No início de Agosto trocaram de lugar a Academia da Terceira Idade localizada no Largo do Machado.
Estranhei a mudança e questionei um vendedor da área, que me informou que a troca foi feita, pois no local anterior as pessoas ficavam expostas ao sol.
Então instalam aparelhos, furam calçadas, esburacam o local por onde as pessoas transitam sem antes fazerem um planejamento?
Não me convenci da bondade da Prefeitura em relação aos idosos, pois ultimamente tenho visto muitas gravações de programas da Globo no local.
Hoje, socorri uma senhora que se esborrachou no chão devido à grande quantidade de areia deixada após refazerem a calçada onde se localizavam os aparelhos.
Continuo me perguntando se essa mudança foi realmente visando o bem estar dos idosos.
Na 6ª feira, ao passar por lá, acontecia uma gravação de algum quadro do Programa Mais Você. Hoje, outra gravação no mesmo local, para a mesma emissora.
Sei não, para mim essa mudança ocorreu para que o espaço ficasse mais livre para o povo assistir e participar das gravações.
Pelo menos a Prefeitura deveria acionar a empresa que fez a obra para remover a areia espalhada pelo caminho.
Os idosos e o a população em geral agradecem.
Regina Coeli Carvalho - 28/08/2012

 Quantidade de areia no local

 Gravação e carro da emissora

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Dia do Psicólogo


(...)
Nós Humanos somos Seres do Desejo.
Um ser que pensa, indaga, estuda, descobre e cria,
Ama, sente alegria. Desama,  e a tristeza.
Empreende, resolve, prevê e planeja.
Tudo isso porque deseja
incessantemente mais e mais a cada dia

Amando-nos ou não,
transformamo-nos uns aos outros.
E esses quereres nos transformam
enquanto transformamos o mundo.
Porém, o quanto somos imperfeitos!
E, em nossos microuniversos
assolados por demônios escondidos,
desejos errôneos, errantes,
vacilantes ou interditos
são atores em um palco de
sofrimentos e infindáveis conflitos.

A quem interessam esses conflitos?
Ao Psicólogo, certamente.
Aquele que irá se debruçar sobre a mente,
consciência e inconsciente,
ou como queiram chamar a subjetividade.
E que buscará entender comportamentos do grupo
e condicionamentos do indivíduo,
o que este pensa, percebe e sente
o manifesto, o latente,
o desenvolvimento, o sentido
da sua dinâmica subjacente.

Aquele cujo desejo é atenuar a própria narcísea ferida
no espelhar dos desejos do outro para este outro.

Lhe oferecendo agulha e linha,
auxiliando-o a melhor alinhavar sua vida.

Lhe oferecendo a tesoura se preciso, e desfazendo nós.
Lhe mostrando pontos cegos e pontos de integração
entre soma e psique, afeto e razão,
parte anima e a outra parte,
numa prática rara onde ciência encontra arte.

Tesoura, agulha e linha são ferramentas
desse curioso cientista-artesão.
Porém, psicólogo, saiba que não é sua a composição.
O tecido não é você quem tece.
Por vezes, duro como couro queimado
por outras, delicado,
é algo que desconhece,
e só se revela na relação.

Seja, assim, Psicólogo
com a humildade de saber que seu saber é limitado
e nunca imponha ao outro seu próprio tecido remendado.

Seja psicólogo
na eterna busca de novos conhecimentos, abordagens e visões,
mas saiba-o bem que, em certos momentos,
será guiado por insights súbitos, valiosas intuições
e mãos invisíveis...     

Seja psicólogo,
com senso de responsabilidade profissional,
e a compreensão crítica da política e ecologia social.
Presta assistência a indivíduos, organizações e comunidade.
Sana pouco a pouco suas doenças,
promove seu bem-estar e felicidade
de forma íntegra e exemplar,
com ética e dignidade.

Enfim, seja Psicólogo
transformando a si e ao mundo,
sempre fazendo valer o nobre desejo
de ajudar o outro a tecer
um outro criativo, vivo, maduro
de seu tecido infinito...”
(...)
Leonel Tractenberg, trechos da poesia (Trans)formar-se Psicólogo, discurso de formatura da turma de Psicologia da UFRJ de 1997. Jornal Argumento, Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro, Junho,1998.

 
Começaria tudo outra vez se tivesse que escolher uma profissão. Foi através da psicologia que cresci, através do contato com pessoas, com suas dores e que através de nossas trocas deixaram aflorar seus sentimentos. Aplicar a ciência sem perder de vista o olhar poético sobre o ser humano e a nossa responsabilidade no crescimento e na ciranda da vida do outro.

Complementando com um pensamento de Jung que adotei para minha vida profissional:

"Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas quando tocar em uma alma humana seja apenas outra alma humana." Carl Gustav Jung

domingo, 26 de agosto de 2012

O riso saudável....


Foto de autoria desconhecida

Quando o riso ajuda sem prejudicar, quando ele alivia, reorganiza, põe em ordem, reafirma a força e o poder, esse é o riso que gera a saúde. Quando o riso deixa as pessoas alegres por estarem vivas, felizes por estarem aqui, com maior consciência do amor, elevadas pelo eros, quando ele desfaz sua tristeza e as isola da raiva, ele é sagrado.  Quando elas se tornam maiores, melhores, mais generosas, mais sensíveis, ele é sagrado.
Clarissa Pinkola Estes, In Mulheres que correm com os lobos

sábado, 25 de agosto de 2012

Fernando Pessoa: uma quase autobiografia


Quando li sobre o lançamento do livro não me interessei em adquiri-lo, percebi em alguma fala um certo preconceito em relação à Personalidade de Pessoa.
Posteriormente li uma entrevista com o autor e mudei meu ponto de vista em relação à obra.
Estou encantada com a leitura. Além de conhecer mais detalhadamente a obra de Pessoa seu conteúdo é uma verdadeira aula de História.
Recomendo!


Sinopse:
Fernando Pessoa: uma quase autobiografia é a mais completa obra de referência das muitas personas assumidas pelo poeta português. Seus heterônimos, muitos deles desconhecidos do grande público, revelam-se no livro de José Paulo Cavalcanti com riqueza de detalhes, apresentando a produção e as origens de cada um desses que habitaram o imaginário e a escrita de Fernando Pessoa. Desde a sua morte, em 1935, mais de seis mil livros foram publicados sobre a obra do escritor português, mas biografias só existem três (1950, publicada em Portugal; 1986, na Espanha, e 1996, na França), além de uma fotobiografia, que fará parte da exposição.

Fernando Pessoa morreu aos 47 anos e passou a maior parte deles em Lisboa. Sua vida, voltada inteiramente para a arte, despertou em Cavalcanti o desejo de reverberar versos como o de sua persona mais famosa, o poeta Álvaro de Campos: “Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.” E foi com essa determinação que o escritor pernambucano dedicou os últimos 10 anos à vida e obra do poeta.

José Paulo Cavalcanti conheceu a obra de Fernando Pessoa em 1966; o primeiro poema que leu foi Tabacaria. “Foi o começo de uma paixão que até hoje me encanta e oprime”, confessa. “Tenho inclusive a sensação de que gostava dele ainda mais naquele tempo. Talvez porque todo começo de paixão seja assim mesmo, depois arrefece; ou então, como o rio de sua aldeia, ele apenas pertencesse a menos gente.”

Segundo o autor, à medida que mergulhava na obra de Pessoa, suas inquietações foram crescendo. Quem foi o homem Fernando Pessoa, como ele vivia, com quem se relacionava, quem foram as personas que ganharam vida com ele, para citar apenas algumas delas. Uma das grandes revelações do livro refere-se justamente aos heterônimos, que, segundo José Paulo Cavalcanti, são 127 (e não 67, como se acreditava até agora).

Mergulhado na vida do poeta, Cavalcanti foi compreendendo melhor aquele homem inquieto, suas angústias e a dimensão de sua obra. Em Lisboa, conversou com pessoas que o conheceram, tocou papéis escritos por ele, visitou as casas onde morou e, em frente à escrivaninha do seu quarto, chegou a imaginar que o via escrevendo O guardador de rebanhos.

“Na verdade, o que fiz foi escrever a biografia de Fernando Pessoa que eu gostaria de ler”, sorri José Paulo Cavalcanti, diante do livro pronto, fruto de oito anos de trabalho e cinco horas diárias de escrita, “sem falhar um dia”.

“Desde que comecei a me aprofundar no universo de Pessoa, fui colecionando dúvidas que não conseguia solucionar. Então resolvi fazer isso eu mesmo. Ocorre que foi o próprio Fernando Pessoa quem escreveu praticamente o livro todo. É mesmo uma (quase) autobiografia, como diz o título”, brinca, referindo-se às centenas de frases e citações do poeta, compiladas e utilizadas no texto, sempre com aspas. “O resto foram depoimentos de pessoas que conviveram com ele e apenas algumas contribuições minhas.”

O advogado pernambucano foi atrás de cada detalhe da obra para revelar o biografado. “Ninguém imagina que possa encontrar na rua, por total acaso, alguém que conviveu com Fernando Pessoa. Pois não é que eu encontrei?”, conta o autor. “Eu lia e pesquisava, lia e pesquisava. Toda vez que encontrava num poema qualquer referência, ia procurar para saber se aquele lugar, ou aquela pessoa, existia de fato. E era batata: existia mesmo. Acabei chegando à conclusão de que Fernando Pessoa foi o escritor mais sem imaginação com quem tive contato em toda minha vida. Ele viveu tudo o que escreveu, não inventou nadinha!”

José Paulo seguiu todos os rastros possíveis de Pessoa, homem de vida metódica e circunscrita a uns poucos quarteirões de Lisboa - a casa, o trabalho, os cafés que freqüentava. Mesmo assim, a faina de compor os detalhes e encontrar as respostas que procurava levou o autor a fazer, em média, cinco viagens por ano a Portugal, onde contratou os serviços de pesquisadores, historiadores, consultores e de um jornalista, para verificação dos fatos.

Em paralelo às pesquisas, José Paulo foi reunindo documentos e peças do acervo de Pessoa, adquiridos de parentes e até mesmo de uma sobrinha de Ofélia Queirós, a grande paixão do poeta. O resultado é um acervo que será talvez o maior reunido sobre o poeta, fora de Portugal. Parte desse acervo estará em exposição na exposição “Fernando Pessoa: plural como o Universo”, cuja inauguração coincide com o lançamento do livro.

Ao longo de toda a obra, José Paulo Cavalcanti traduz e explica, para o leitor brasileiro, cada expressão portuguesa usada, tanto na obra de Pessoa como em depoimentos ou outros registros. “Tem gente que não concorda, mas eu acho essencial para que todo mundo possa entender exatamente o que Fernando Pessoa quis dizer, no caso dos poemas, e também o sentido exato de depoimentos e registros.”

Fernando Pessoa: uma quase autobiografia é o registro desse encontro de vida inteira, sob ângulos completamente novos, pessoais mesmo. Se é o livro que Cavalcanti gostaria de ter lido, é também o livro que Fernando Pessoa escreveu ao longo da vida, sem perceber - e que José Paulo recolheu, cuidadosamente, pelos caminhos do tempo.

domingo, 19 de agosto de 2012

Dia Mundial da Fotografia....


Imagem de autoria desconhecida

Em 19 de Agosto de 1839 Louis Daguerre apresentou  publicamente  a primeira imagem produzida por um processo fotográfico.
O dia 19 de Agosto foi escolhido pela Academia de Belas Artes Francesa como o Dia Mundial da Fotografia..

“De todos os meios de expressão, a fotografia é o único que fixa para sempre o instante preciso e transitório. Nós, fotógrafos, lidamos com coisas que estão continuamente desaparecendo e, uma vez desaparecidas, não há mecanismo no mundo capaz de faze-Ias voltar outra vez. Não podemos revelar ou copiar uma memória.”
Henri Cartier-Bresson

Meu abraço para minha amiga parceira Regina Bentes e para minha filha Anna Clara Carvalho.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

A quem iteressar possa...


Faço parte da geração que lutou contra a censura e pelo direito de expressão.
Hoje, se fazemos partes de redes sociais e podemos expressar nossos sentimentos, gostos e indignações é porque AINDA não nos tiraram essa liberdade.
Particularmente quando não gosto de algo não curto, não comento. Respeito a opinião alheia.
O politicamente correto está se tornando insuportável a partir do momento que resolvem interferir nas nossas colocações.
 

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Tenebrosas transações....


Imagem recebida por e-mail

Projeto de anistia na surdina
Tramita silenciosamente na Câmara projeto de lei que anistia todos os deputados envolvidos no mensalão e que tiveram o mandato cassado. Os beneficiados: José Dirceu (PT-SP),  Roberto Jefferson (PTB-RJ) e Pedro Corrêa (PP-PE).
Ilimar Franco, Panorama político, O Globo, 15 de Agosto de 2012.

domingo, 12 de agosto de 2012

O barbeador de papai


O barbeador de papai
Ao entrar em uma farmácia para comprar um “Melhoral” meus olhos se fixaram em um pequeno estojo de aparelho de barbear. Comprei-o e presenteei meu pai. Ele me deu um beijo, agradeceu e guardou-o na gaveta da cômoda de seu quarto.
Não teve tempo de usar. Três dias após ele partiu.
De repente me lembrei desse pequeno objeto, guardado na minha caixinha de afetos durante tantos anos.
Convivi com meu pai apenas 21 anos, mas tempo suficiente para absorver sua ética, sua indignação diante das injustiças sociais, seu carinho pelos desfavorecidos social e economicamente e sua maneira delicada de presentear sempre acrescentando algo afetuoso ao objeto ofertado.
Saudade de você, pai.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Um querer mais que um bem querer*


Um querer mais que um bem querer*

A maturidade nos trás muitos ganhos, mas aos poucos vai nos privando do convívio com as pessoas que amamos.
Foram-se pai, mãe, tios, padrinhos, dois irmãos, primos, alguns amigos queridos.
Há algum tempo ganhei uma amiga que ao seu modo e com seu carinho preenche um pouco do vazio deixando pelos que partiram.
Ela tem um abraço aconchegante, desses com gosto de mãe.
Ela me convida para lanchar simplesmente para jogarmos conversa fora sem dia específico ou data a ser comemorada.
Com o corre- corre diário é uma das poucas casas que encontro tempo para visitar, costume que aos poucos vai se perdendo entre amigos.
Ela é uma mocinha que passou dos 80, mas tem uma cabeça aberta que dá de 10 em muitos que fazem parte da faixa que chamamos de jovem.
Volto de nosso encontro sempre com minhas energias recarregadas.
Ela luta contra as injustiças, participa de passeatas, carrega sua bandeira de liberdade.
Ela, a Sra. Maria, mãe da Marta, para mim tão íntima que a chamo de Maricota.
À Maricota, meu agradecimento enternecido por preencher lacunas afetivas na minha vida.
Meu abraço.


*Título emprestado de Camões

Publicado no Recanto das letras
Enviado por Regina Coeli Carvalho em 01/08/2012
Código do texto: T3808802
Classificação de conteúdo: seguro

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Fadas e Bruxas

Ilustração: Leticia Zamora

Fadas e Bruxas

Metade de mim é fada,
a outra metade é bruxa.
Uma escreve com sol,
a outra escreve com a lua.
Uma anda pelas ruas
cantarolando baixinho,
a outra caminha de noite
dando de comer à sua sombra.
Uma é séria, a outra sorri;
uma voa, a outra é pesada.
Uma sonha dormindo,
a outra sonha acordada.

Roseana Murray, In  Pêra, Uva ou Maçã, ed. Scipione, 2005