domingo, 24 de abril de 2011

Das travessias....


Na religião judaica o Pessach é a festa que celebra a saída dos judeus do Egito, da escravidão para a liberdade.

Em 2009 publiquei uma mensagem na qual o Rabino Marcelo Rittner fazia uma comparação entre dois acontecimentos semelhantes, porém distanciados por 49 anos.

 “14 de novembro de 1960:
Ruby Bridges, uma menina de seis anos de idade, foi levada à escola em Nova Orleans, EUA, por uma escolta de policiais federais.
A menininha foi pesadamente insultada e ameaçada de morte por uma multidão enfurecida. Assistiu às aulas sozinha: as demais crianças foram mantidas em casa pelos pais.
Ruby Bridges era negra - esse era seu crime.”

“5 de janeiro de 2009:
Uma menina negra de sete anos de idade, Sasha, foi levada à escola por sua mãe, Michele. Agentes do Serviço Secreto a escoltaram, mas apenas por um motivo: seu pai, Barack Obama, era o novo presidente dos Estados Unidos.”

O Pessach é a festa que comemora a travessia da saga de Ruby Bridges para a saga de Sacha Obama.

O Pessach será, um dia, a festa de toda a humanidade. (Baseado numa mensagem do Rabino Marcelo Rittner)

51 anos após o episódio vivenciado por Ruby Bridges, ainda nos deparamos com discriminações raciais, intolerâncias religiosas, preconceito contra as diversidades, crimes bárbaros, injustiças sociais, nos lembrando a cada momento que os homens parecem estar retrocedendo no seu caminhar.

No Cristianismo, a Páscoa, palavra originada de Pessach no hebraico, celebra a Ressurreição de Cristo após sua morte.

Independente da religião professada ou do nome que se dê, que esta data seja um momento de reflexão e de avaliação das situações de “morte” que precisamos transpor para situações de vida, conscientes de que fazemos parte de um todo e esse todo está no interior de cada um de nós.

PAZcoa é vida!

E a construção de uma nova vida se faz na busca de um mundo próspero, pleno, poético e plural.

Publicado no Recanto das Letras em 22/04/2011
Código do texto: T2924117

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Cuide bem do seu leão


Em vez de matar um leão por dia, aprenda a amar o seu.

Outro dia, tive o privilégio de fazer algo que adoro: fui almoçar com um amigo, hoje chegando perto de seus 70 anos.  Gosto disso. São raras as chances que temos de escutar suas histórias e absorver um pouco de sabedoria das pessoas que já passaram por grandes experiências nesta vida.

Depois de uma almoço longo, no qual falamos bem pouco de negócios mas muito sobre a vida, ele me perguntou sobre meus negócios. Contei um pouco do que estava fazendo e, meio sem querer, disse a ele: "Pois é. Empresário, hoje, tem de matar um leão por dia". Sua resposta, rápida e afiada, foi: "Não mate seu leão. Você deveria mesmo era cuidar dele".

Fiquei surpreso com a resposta e ele provavelmente deve ter notado minha surpresa, pois me disse: "Deixe-me lhe contar uma história que quero compartilhar com você".  Segue mais ou menos o que consegui lembrar da conversa:

"Pierre, existe um ditado popular antigo que diz que temos de "matar um leão por dia".  E por muitos anos, eu acreditei nisso, e acordava todos os dias querendo encontrar o tal leão. A vida foi passando e muitas vezes me vi repetindo essa frase.

Quando cheguei aos 50 anos, meus negócios já tinham crescido e precisava trabalhar um pouco menos, mas sempre me lembrava do tal leão. Afinal, quem não se preocupa quando tem de matar um deles por dia?

Pois bem. Cheguei aos meus 60 e decidi que era hora de meus filhos começarem a tocar a firma. Mas qual não foi minha surpresa ao ver que nenhum dos três estava preparado!
A cada desafio que enfrentavam, parecia que iam desmoronar emocionalmente.
Para minha tristeza, tive de voltar à frente dos negócios, até conseguir contratar o Paulo, que hoje é nosso diretor geral.

Este "fracasso" me fez pensar muito. O que fiz de errado no meu plano de sucessão? Hoje, do alto dos meus quase 70 anos, eu tenho uma suspeita: a culpa foi do leão". Novamente, eu fiz cara de surpreso. O que o leão tinha a ver com a história?

Ele, olhando para o horizonte, como que tentando buscar um passado distante, me disse: "É. Pode ser que a culpa não seja cem por cento do leão, mas fica mais fácil justificar dessa forma. Porque, desde quando meus filhos eram pequenos, dei tudo para eles. Uma educação excelente, oportunidade de morar no exterior, estágio em empresas de amigos. Mas, ao dar tudo a eles, esqueci de dar um leão para cada, que era o mais importante. Meu jovem, aprendi que somos o resultado de nossos desafios. Com grandes desafios, nos tornamos grandes. Com pequenos desafios, nos tornamos pequenos. Aprendi que, quanto mais bravo o leão, mais gratos temos de ser.

Por isso, aprendi a não só respeitar o leão, mas a admirá-lo e a gostar dele. Que a metáfora é importante, mas errônea: não devemos matar um leão por dia, mas sim cuidar do nosso. Porque o dia em que o leão, em nossas vidas morre, começamos a morrer junto com ele."

Depois daquele dia, decidi aprender a amar o meu leão. E o que eram desafios se tornaram oportunidades. Para crescer, ser mais forte, e "me virar" nesta selva em que vivemos.

Pierre Schurmann

sábado, 9 de abril de 2011

Naíma

Recebi por e-mail uma prosa-poética-depoimento da minha querida ex-aluna Patrícia Sodré. Linda e  emocionante, no decorrer da leitura re-vivi minha gravidez, minhas conversas com a Clara, momentos só nossos, laços de mãe e filha.
Respondi a Patrícia e solicitei autorização para dividir no blog essa delicadeza de con-tato.
compartilhando esse momento, amigas/amigos! pra quem tá perto, pra quem tá loonge, pra quem tá junto!...
algumas coisas que aprendi, venho aprendendo, [outras confirmando]...durante a gravidez, algumas sobre a naíma, sobre a vida:

usar sutiã é importante nesse momento. pensar antes de falar também. nem tudo é para ontem. o enjoo faz parte, pessoas desagradáveis também. mas ambos passam. aprendi a comer melhor. voltei a fazer exercícios. leitura é fundamental. sim, o mundo é um moinho e sempre há chances para delicadeza. observar é necessário. ouvir também. falar nem sempre, pense, pense... faz bem! é preciso separar o que é principal do que é acessório. vida é movimento. viver é arte de encontrar. reencontrar também. qualquer gesto de carinho é grandioso. música pra Naíma é fundamental. pra mim também. filho não é extensão do ego dos pais. não são complemento da personalidade dos pais. não são objetos. eles são sujeitos.em 6 meses aprendi o que é amor de verdade. naíma é uma flor que fura o asfalto, quebra o tédio. esse amor é de amor e não de vaidade ou de conveniências. [re] aprendi a me emocionar. o "vamos além" é lei pra vida. respirar é vital. massagear a barriga também. cantar pra naíma faz bem pra nós. ela, de fato, já reconhece as pessoas. ficar na mesma posição por muito tempo não é legal.o eunós dessa vez é sem vírgula. tem muita gente ruim nesse mundo. mas gente amáveis também. eu não sou barriga de aluguel. família é fundamental. mãe não é porta bebê. mãe é mãe. é mulher também. cada um sabe do seu joio e do seu trigo. a puc é realmente distante da minha casa rs. tento tornar o percurso mais divertido o possível. os nervos ficam sim a flor da pele, carência aperta também. eu não sei que força é essa que leva o barco pra outros lugares. aí tudo que aparentemente era grandão, fica pequetito. ser boba não combina comigo. a maternidade ilumina, envolve e guia. mãe passa o dia esperando "sinais" da filha. um chute, um movimento. tem horas que parece que nada vai dar certo. ela mexe e isso já é "mãe, já deu certo". o início da gravidez é uma fase boa. mas a partir da vigésima semana tudo cresce mais. o banho é um momento único. o processo para dormir também. deitar, conversar, cantar "junto" com ela. aprendi também que é melhor evitar falar coisas ruins. sempre que tiver em ambientes pesados é bom pensar no lilás.seguir para frente é o caminho. oração é fundamental. dar gargalhada também. ficar em casa é bom. sentir a água bater na barriga também. óleo de amêndoas é o melhor amigo das grávidas. o sol também. naíma vai se sentir mais a vontade com pessoas que ela já conhece. já pensava nisso, a Dri confirmou. ela mexe. a barriga coça muito. o peito também. naíma mexe bastante [não só chutes] em ambientes calmos ou que eu esteja "calma". ela gosta quando eu tô deitada. isso é bom rs. ela gosta de tambores. e duas cantoras caboverdianas. canto peixe vivo, lembro da minha vó. canto sempre pra ela. música relaxa e revitaliza mãe e filha. eu queria contar histórias, mas ainda não comecei rs. reparei que ela gosta da voz da sônia, professora. as pessoas às vezes são invasivas. nem todo mundo eu deixo que toque na minha barriga. ela é filhote de leoa. aprendi que não é bom esperar, depender dos outros. o barco pode tá no mar, mas a cada um tem seu comando. às vezes é bom ir sem saber pra onde, mas é bom escolher também. eu gosto de surpresas. tive várias nesse período. gravidez é emoção. se emocionar é parte mais legal. nem tudo é pra ontem ou pra amanhã, mas tem coisas que, impreterivelmente, são pra hoje. cada dia é um dia. e único. nunca na vida dei tanta importância pro presente, pro agora. esse meu agora tá muito bonito. tá porque me achei nele. eu gosto quando perguntam "como vocês estão?". o "faz parte" é para fracos. é sempre bom rever pessoas. outras a vida leva pra longe. a vida tem acertado em que ela leva. naíma agradece. naíma é presente divino. renovo minha alma todo dia. o pai dela me reinventa sem saber. pensar no amanhã, fazer planos é importante. responsabilidades fazem parte. mas seguir suave, se fortalecer no hoje é muito bom. ninguém substitui ninguém. minha mãe é uma grande mulher. ela nasceu pra ser avó. não é bom omitir fatos. canjica é bom pro leite. é melhor evitar o suco do bandejão. realmente o negócio de sentar no garfo ou na colher funciona. meus sonhos têm sempre um significado. fazer lista do chá de bebê leva tempo. organizar a casa também. dinheiro na mão é vendaval. naíma na barriga é amor.conversar com grávidas é muito bom. ficar com crianças também. sempre quando danço seguro a barriga rs. filho não é troféu. adoramos as reuniões do Gecec. desejos de comer coisas diferentes fazem parte da gravidez. o que causou enjoo no início, causa agora. tem hidratante que nem posso sentir o cheiro, por exemplo. sim, eu gosto muito quando perguntam "como vocês estão?". tem um amigo que sempre faz isso. me emociona sempre. é bom evitar o "deixa pra próxima vez...". saber que tem uma mulher aqui dentro, me fortalece. naíma tem momentos quase que "certos" para se mexer. quando ela tá sentada, fico com falta de ar e com dor na bexiga. de fato, grávida faz xixi toda hora. os seios ficam escuros. o rosto mais redondo. aprendi a ter paciência. aprendi que realmente cada um tem seu tempo. a vida também tem. tempo de plantar, tempo de colher, tempo de festa. percebi que não sei lidar com instabilidades emocionais alheias. [re] aprendi que tudo é processo. cada um tem seu tempo, mas tem gente que exagera rs. agora, mãe sou muito mais mulher e forte. sei bem o que quero. e não é bom acumular tarefas, conversas. ir além é preciso. comer fígado uma vez na semana é bom. ser mulher é ótimo. rio e mar quando se encontram, sai de baixo. pororoca, eu sou. gosto de encontros verdadeiros e de pessoas de verdade. desejo que Naíma faça suas próprias escolhas. definitivamente eu não sou barriga de aluguel. é bom levar naíma pra sentir o mar. os acessórios são acessórios. falar da minha filha me emociona. chorei algumas vezes. anotar tudo o que acontece é muito bom. fotografar também. crianças adoram falar com a "barriga".amizade é fundamental... muitas coisas... muitas coisas... de felicidade... é infinito...

Patrícia Sodré

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Carta enviada à imprensa por Cristiane Marcenal




 “SENHOR, o meu coração não se elevou nem os meus olhos se levantaram; não me exercito em grandes matérias, nem em coisas muito elevadas para mim”. Certamente que me tenho portado e sossegado como uma criança desmamada de sua mãe; a minha alma está como uma criança desmamada. (Salmos 131:1-2)
 
Termina uma semana em que o Judiciário do Rio de Janeiro nos deu, a nós, população brasileira narizes de palhaço!

Chamaram-me após para entregar-me pessoalmente as calças largas e o colarinho que não será jamais branco.

Nesta semana fui convocada a estar com o Ministério Público para tratar sobre a mudança da tipificação do crime cometido contra a Joanna, minha filha de 5 anos, e a revogação da soltura. 
Pois bem, a promotora do caso disse-me não estar convencida que o André foi omisso no socorro à Joanna. Que o melhor seria que meu defensor, assistente de acusação do processo, não recorresse porque iria até o STJ e isso demoraria cerca de 6 anos. Inclusive disse que meu defensor, na verdade, não poderia fazer isso. (Era o momento da entrega das calças de palhaço). Pediu-me que eu me conformasse pelo crime de tortura seguida de morte que dá entre 10 e 20 anos de reclusão mais 1/3 da pena por ser filha dele, e saída com 2/5 da pena, portanto 4 anos. Tinha convencimento de que era o melhor. 

Intruiu-me que o Juiz Alberto Fraga tem por hábito soltar prisioneiros mesmo e o Dr. Guilherme Schilling prender. Perguntei então porque trocaram os juízes. Ela calou-se (provavelmente não sabe a resposta). E que a promotora Ana Lucia Melo e o promotor que com ela havia assinado a denúncia inicial só tinham assinado por assinar. Ao que retruquei: a Dra. Ana Lucia lhe disse isso? “Não o outro promotor.”

Fui até a central de inquéritos averiguar a decisão leviana (que só naquele momento tomava ciência) havia sido feita. O Promotor Dr. Marcio Nobre, coordenador, atendeu-me e disse que não costumam trabalhar assim lá. Instruiu-me a pedir a meu assistente de acusação que recorresse. É direito de todos!!!(Ué acabo de ouvir outra coisa de uma promotora).

Recorri ao processo, uma vez que, a promotora já havia entregue suas alegações finais porque disse ter pressa neste processo (?????) O Juiz manda soltar o André com argumentação de 5 páginas.  Ele pede para prendê-lo de novo num parágrafo. Só falta o,,, “por favor,se não for incômodo”!No tocante à prisão preventiva do réu (...) vem interpor RECURSO EM SENTIDO ESTRITO contra a mesma, com fundamento no artigo (...) DO CPC. 

Na nova denúncia considera que “com emprego de violência física e psicológica, a intenso sofrimento físico e mental, COMO FORMA DE APLICAR CASTIGO PESSOAL.” A intenção do André fora exercer castigo pessoal. Quem castiga assim seus animais de estimação? Quanto mais filhos. 

Na argumentação do Dr. Alberto Fraga, ”com efeito, o depoimento prestado por Vivian Ribeiro Gonçalves de Oliveira em sede policial (...), que o quadro de Joanna era bom” só faltou dizer que o nome usado foi o de Maria Eduarda e não o da Joanna. Será que estão os réus com problemas de esquecimento e confundiram as filhas? E em outro trecho: “André chegou a marcar consulta com neuropediatra para dia 16.07 na clínica São Bernardo (..)”. Por que então não a levou ou consultou o pediatra dela Dr. Vanderlei Porto, testemunha do processo, uma vez que André já sabia disso e inclusive levara as outras filhas ao consultório dele?  A Vanessa também foi paciente de Dr. Vanderlei quando criança e já de longa data sabe que no receituário dele constam TODOS os telefones onde pode ser encontrado durante dia e noite, porque está lá o telefone da CASA dele. E existem no processo da Vara de Família MUITOS receituários do Dr. Vanderlei. Mesmo que não quisesse me procurar, como de fato não fez, poderia achar o pediatra visto que Joanna padecia da doença há mais de 15 dias - vide queimadura. 

Em outro trecho “O médico José Eduardo Ferreira de Figueiredo afirmou (...) uma paciente imunodeprimida é possível evolução em 3 ou 4 dias”. Este mesmo médico diz em seu relato que o pai informa que a Joanna estava há 24h desacordada e neste período sugou apenas três mamadeiras.

Os B.O.s do processo falam de agressão física (neste ponto cumpre destacar que é inegável a animosidade entre o réu e a Sra. Cristiane Cardoso Marcenal (...) não só a mim, aliás, contra mim nem existe no processo, foi declinado por influência de uma outra Juíza, mas isso é outra história que ainda contarei. Existem registros de agressão contra a 1° mulher, Gleide de Abreu Marins, (que consta, inclusive como argumentação da negativa do último pedido de soltura do André pelo Dr. Guilherme Schilling), contra a Vanessa e outras pessoas que não sei quem são, e é óbvio à Joanna em 2007 como todos já sabem.

Ainda há Folha de Antecedentes Criminais dele em que consta 26 vezes a imputação pelo mesmo crime.
A residência fixa está sendo leiloada então agora a residência será o Tribunal, é isso que vão alegar porque é funcionário público?

Para arrematar ele declara: quando consta no processo, na denuncia inicial do MP este artigo “As declarações constantes na reportagem de fls. 02-i e fls. 02-J são insuficientes para demonstrar que, uma vez solto, André (...) irá causar qualquer mal injusto e grave àqueles que depuseram em seu desfavor”. Palavras de André na coletiva em papel timbrado do MP: “Eu vou perseguir as pessoas que me caluniaram e difamaram judicialmente, civil e criminalmente. Inclusive a faxineira que trabalhou três dias como diarista na minha casa. Nós nunca tivemos babá”. Detalhe: uma das testemunhas de defesa do André, Maria Nazaré, apresentou-se no interrogatório ouvido por Dr. Alberto Fraga como babá das três crianças. Teve ou não teve babá?

Quem de nós não sabe ler? 

O juiz Alberto Fraga minimizou todas as provas contra André. Já vimos isso no processo da vara de família com as psicólogas e juíza.

Agora sim farei EU minhas alegações finais.

Palavra de Juiz não se discute CUMPRE. 

Por isso a Joanna foi entregue linda, andando, saudável no fórum de Nova Iguaçu por decisão da Dra. Claudia Nascimento Vieira. Por isso permaneceu só 52 dias na casa do pai mantendo-se mais 26 em coma. Na casa do pai foi amarrada pés e mãos como ele mesmo confessou, deixada sobre um tapetinho assim Ó, com fezes e urina, camisa regata, calcinha, num closet de chão de granito em pleno inverno de Julho, enquanto ele sai de casa com as outras duas filhas, por estar de férias e orienta a babá a deixar Joanna ali para não sujar os lençóis porque Vanessa iria brigar. Você trataria assim seu animal de estimação? Sem contar a humilhação de fazer xixi e cocô nas calças na frente de duas irmãs mais novas porque o pai não a quis socorrer.

Segundo o novo convencimento do MP ele não quis matá-la quis castigá-la. Se quisesse por torturador que é, teria torturado a mim e ficaria por conseqüência com a filha logo após a minha morte, ele era o pai. Detalhe que as pessoas parecem esquecer: a criança torturada, de 5 anos era filha dele, não só minha. O judiciário manda-me mais uma vez o recado: CUIDADO! Nós podemos e fazemos o que queremos por nossos funcionários.

Ele trabalha na sala ao lado do cartório do 3º Tribunal de Júri onde corre o processo.

MAS EU NÃO VOU DESISTIR. Não tenho pressa. Se o processo durar 6 anos como sugeriu Dra. Carmen Eliza eu espero. A minha filha não volta mais pra casa. Eu já perdi 24 kg porque não consigo sentar-me à mesa para comer porque há um lugar vazio. No trajeto da escola meus filhos perguntam quando ela vai vir pra escola. No guarda-roupas muitos brinquedos e objetos pessoais me lembram que minha filha se foi. Na sala seu sofá preferido está vazio. No carro não há mais três cadeiras de crianças. Na são três beijos pra dormir, nem três ao acordar. Não sinto seu cheiro. Não tenho seu abraço. NUNCA MAIS terei. 

Por que pressa? A Promotora Elisa Pittaro foi DURAMENTE penalizada por arquivar o processo de maus tratos. Ela era professora dele na EMERJ e me ameaçou em público de denúncia por homicídio. Disse que eu “tomaria duas denuncias lá em Nova Iguaçu”. Agiu ajudando-o, defendendo-o e falando em cadeia nacional, no programa da Ana Maria Braga sobre documentos sigilosos aproveitando-se do cargo público de confiança que possui. Já recebeu sua punição administrativa, agora só falta a criminal.  Este documento eu não posso exibir (punição administrativa); é segredo!!!!(fale baixo, senão todos saberão).

Mas a queixa-crime está em andamento num processo já iniciado.

No Habeas Corpus pedido alguns desembargadores se deram por impedidos por trabalhar com ele. Daí se manifesta o MP através de Delma Moreira Acioly. De novo a mesma história?

O Dr. Guilherme Schilling é rapidamente afastado do processo e surge outro só na fase de interrogário dos réus, o que dá a esse último Juiz o direito da pronúncia e alegações finais. O Dr. Alberto Fraga o solta e de novo, novo Juiz, agora o titular da Vara Dr. Murilo Kielling. Já andam me intimidando da forma mais tiririca do mundo. 

 Dizem que sou corajosa, na verdade, sou a única pessoa que pode salvar a memória da Joanna e a única mãe que ela tem. O amor pode tudo.

 “Tudo pode, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (I cor 13:7).

 * As letras em azul às palavras do pai em entrevista coletiva.

** As letras em vermelho referem-se às transcrições feitas dos referidos documentos.

*** Os documentos acima relatados encontram-se em:

Cristiane Cardoso Marcenal Ferraz

Mais informações: Caso Joanna Marcenal

Assine o abaixo-assinado aqui.



Obs: Hoje, Cristiane Marcenal relatou a história de sua filha Joanna Marcenal para a Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro.
Queremos acreditar que arbitrariedades serão apuradas e que a faixa que cobre os olhos de Têmis – Símbolo da Justiça – signifique realmente a imparcialidade.

“Se a liberdade significa alguma coisa, será sobretudo o direito de dizer às outras pessoas o que elas não querem ouvir.” George 0rwell, in 1984


quarta-feira, 6 de abril de 2011

O Terapeuta do Olhar


Vezenquando visito meus livros antigos, há sempre um novo olhar sobre alguma leitura feita há muito tempo. Semana passada estive folheando o “Espelho Mágico”, 1º livro que li do Dr. José Angelo Gaiarsa.
A leitura dos seus livros me deu um novo olhar em direção ao processo terapêutico, diferente de grande parte da aprendizagem no período universitário.
Os vídeos são de 2008, Dr. José Ângelo Gaiarsa faleceu em Outubro de 2010, mas seus ensinamentos estão vivos na prática psicoterápica de muitos dos seus admiradores.





“Amar o outro é a 1ª condição de liberdade. Para amar é preciso aceitar-se a si próprio e depois aceitar o outro”. José Angelo Gaiarsa

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Medo o fantasma que nos espreita


Quando criança, ao ouvir uma canção popularmente conhecida como “Churrasquinho de Mãe”, me escondia para chorar com medo de que acontecesse o mesmo com a minha mãe. Lágrimas e soluços rolavam, mas depois de me recompor, voltava às brincadeiras.

Outros medos foram se apossando de mim, ainda bem pequena a morte da menina Taninha foi um marco para instalar-se em mim o medo dos desconhecidos. Havia a sensação de que qualquer pessoa que se aproximasse poderia me roubar dos meus pais.

Hoje tenho medo dos pais que matam seus filhos, da justiça que julga segundo suas conveniências, dos políticos que legislam em causa própria, da censura que devagarzinho está voltando, da forma como nos querem calar.

Tenho medo de deixar de me indignar.


28/03/2011, após saber da revogação da prisão do pai de Joanna Marcenal


Publicado no Recanto das Letras em 29/03/2011
Código do texto: T2878044

Livre-se

Foto minha: Idosa na roda
Evento Largo do Machado
26/03/2011

Livre (se)
Livre-se da sua inteligência, se ela não faz ninguém sorrir, se é incapaz de te fazer sentir o gosto bom da simplicidade. Livre-se do bom senso, se não tem bom humor. Do bom gosto, se não tem bondade. Se desfaça do seu lado crítico, se ele te prende numa opinião quadrada sobre as coisas que estão te cercando e não te permite um novo olhar sobre aquilo que está mudando. Livre-se da lógica, se não dá brilho aos seus olhos, se não deixa cor na sua boca, se não enfeita o mundo; e seja a incógnita que dança na poça, que canta na chuva, que beija o absurdo. Seja profundo.
Eliza Moreno

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Virando a página



Virando a página

Tom cantou em versos as águas de março fechando o verão, eu canto a esperança de que os ventos do outono varram os momentos que gostaríamos de esquecer do mês que se foi.
As mortes causadas pela dengue e/ou pelo descaso de nossas autoridades,
Os conflitos na Líbia,
O terremoto no Japão,
As mortes e torturas de crianças e jovens Brasil a fora,
O atentado sofrido pelo blogueiro Ricardo Gama,
A revogação da prisão do pai de Joanna Marcenal,
As declarações homofóbicas, racistas e preconceituosas do Bolsonoro,
E todas as outras situações que nos causaram indignação e sofrimento.

8 de Abril -  Cristiane Marcenal será ouvida pela Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro.

Cantando com o Chico: “Um marinheiro me contou/ Que a boa brisa lhe soprou/Que vem aí bom tempo”.

Que chegue esse novo tempo, que a justiça se faça presente.

Publicado no Recanto das Letras em 01/04/2011
Código do texto: T2882681

Veja também: Abri(?)