quinta-feira, 30 de junho de 2011

Um Basta na politicagem rasteira que se pratica no Brasil

Que venha o novo referendo pelo desarmamento. Votarei não, como da primeira vez, e quantas forem necessárias. Até que os governos federal, estaduais e municipais, cada qual em sua competência, revoguem as leis que protegem bandidos, desarmando-os e prendendo-os; invistam nos sistemas penitenciários, impeçam a entrada ilegal de armas no país e entendam que não lhes cabe desarmar cidadãos de bem. Nesse ínterim, proponho que outras questões sejam inseridas no referendo:
  • Voto facultativo? Sim!
  • Dois senadores por estado? Sim!
  • Reduzir pela metade o número de deputados e de vereadores? Sim!
  • Acesso a cargos públicos exclusivamente por concurso? Sim!
  • Reduzir os 37 ministérios para 12? Sim!
  • Cláusula de bloqueio para partidos nanicos sem voto? Sim!
  • Fidelidade partidária absoluta? Sim!
  • Férias de apenas 30 dias para todos os políticos e juízes? Sim!
  • Ampliação do Ficha-Limpa? Sim!
  • Fim das mordomias de integrantes dos Três Poderes, nas três esferas? Sim!
  • Cadeia imediata para quem desviar dinheiro público? Sim!
  • Fim dos suplentes de senador sem votos? Sim!
  • Redução para um terço dos 20 mil funcionários do Congresso? Sim!
  • Voto em lista fechada? Não!
  • Financiamento público das campanhas? Não!
  • Horário Eleitoral obrigatório? Não!
  • Maioridade penal aos 16 anos para quem tirar título de eleitor? Sim!
  • Um Basta! na politicagem rasteira que se pratica no Brasil? Sim!

Gil Cordeiro Dias Ferreira, Carta publicada no jornal O Globo, edição de 18 de abril de 2011.

Quando li a carta do Sr. Gil pensei com meus botões: "Essa é uma obra que eu gostaria de ter escrito".

Lembrando o historiador Capistrano de Abreu:

"Todo brasileiro fica obrigado a ter vergonha na cara."

Artigo único da Constituição proposta em 1926 pelo historiador Capistrano de Abreu, segundo o qual os problemas do Brasil não estavam nas leis. Revista Nossa Historia, n.3, ano 1, janeiro 2004

domingo, 26 de junho de 2011

Eu digo NÃO!

“Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.“
Manuel Alegre

 Joanna Marcenal no seu aniversário de 5 anos

Como o poeta eu continuo a dizer NÃO para a injustiça que reina no Rio de Janeiro. Além do nariz de palhaço agora nos oferecem orelhas de burros.
Diga NÃO ao corporativismo, aos desmandos, a liberdade dos assassinos de Joanna Marcenal.
Assine a petição e se puder compartilhe o link.


Mais informações: Blog Caso Joanna Marcenal

Veja também:
Passividade

terça-feira, 21 de junho de 2011

Tradutor de Chuvas


Tradutor de Chuvas

Um lenço branco
apaga o céu.

A fala da asa
vai traduzindo chuvas:
não há adeus
no idioma das aves.

O mundo voa
e apenas o poeta
faz companhia ao chão.

Mia Couto, Tradutor de Chuvas, Editora Caminho.

“Quando começo a escrever a poesia surge-me como um estorvo.” Mia Couto em entrevista ao JL - Jornal de Letras, Artes e Ideias, Portugal

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Disse meu anjo...

Disse meu anjo...

Quando eu nasci não apareceu um anjo torto como o de Drummond que dissesse: “Vai, Regina! Ser gauche na vida”.

Sequer apareceu o anjo safado do Chico para decretar que eu estava predestinada a ser de todo ruim.

O anjo muito louco, protetor do Torquato Neto, também não se fez presente para dizer que eu deveria desafinar o coro dos contentes.

O meu anjo, um maluco beleza, parceiro do anjo esbelto da Adélia Prado também me disse que mulher é desdobrável.

E acrescentou:
Vai, Regina,
Vai aprender o prazer de ser alegre,
Vai aprender o poder do afeto,
Vai aprender a ter um olhar generoso com aqueles que sofrem,
Vai aprender com seus alunos e pacientes,
Vai aprender a ser solidária,
Vai aprender a ser amiga, parceira e companheira,
Vai aprender com a sabedoria dos mais velhos e dos mais novos,
Vai aprender a ser mãe,
Vai aprender a gostar de poesias, mesmo que não seja poeta,
Vai aprender a respeitar as diferenças.
Vai lutar por JUSTIÇA!

Vai, Regina.
Vai aprender a ser gente!
Regina Coeli Carvalho


Esclarecimento necessário: Nunca ativei moderação de comentários, pois as pessoas que visitam meus blogs são pessoas de bem e de um modo geral comungamos das mesmas idéias poéticas.
Não aceito que alguém leia um comentário meu em outro blog sobre um caso de justiça e, querendo aparecer, faça comentários dispensáveis e inconvenientes sobre o que escrevi. Quer dar sua opinião, dê então por lá.
Continuarei a lutar por Justiça no Caso Joanna Marcenal e aqueles que querem ser defensores dos assassinos, que o façam com argumentos, pois meu embasamento se encontra nos laudos do IML e no processo judicial.



segunda-feira, 13 de junho de 2011

A orla se vestiu de vermelho

Era adolescente quando, em 1968, participei da missa de sétimo dia do estudante Edson Luis - morto no restaurante do Calabouço - com a Igreja da Candelária cercada pela cavalaria da polícia e, posteriormente, da passeata dos 100 mil.

Em 1979, acompanhei a passeata pela anistia aos presos e exilados políticos.
Em 1984, marchei, também, pelas Diretas Já!

Ontem, 12 de Junho, revivi todos esses momentos na passeata em apoio aos Bombeiros.



A orla se vestiu de vermelho, a população não mostrou somente seu apoio à causa dos bombeiros, mas principalmente seu descontentamento com o desgoverno do nosso Estado.


Inesquecível a união do povo, inesquecível as bandeiras vermelhas tremulando nas janelas, inesquecível o som das buzinas dos carros, inesquecível a música de fundo, inesquecível a mobilização de uma sociedade que começa a se organizar para reivindicar seus direitos.


Inesquecível, também, a chegada dos bombeiros, no sábado, na Praça XV, vindos de Niterói após serem libertados. Assisti a esse momento emocionante por acaso. Estava na feira de antiguidades quando a turma chegou. O povo aplaudia, eles choravam.

Senti falta dos nossos jovens, caras pintadas. Parece-me que nossa linda juventude se encontra tão desiludida dos políticos que não se sente encorajada a participar de mobilizações sociais.

Para mostrar que juventude é uma questão de espírito essa senhorinha se deixou fotografar para registrar que ela também quer um Rio mais forte, com melhores salários e mais dignidade.


Fotos: Regina Coeli Carvalho

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Por onde caminham nossos pés?

6ª feira por volta das 18h atravesso o Largo do Machado e ouço ao longe alguém cantando “Borbulhas de Amor”. Procuro de onde vem àquela voz e, surpresa, descubro o Carlos Rogério.


Paro admirada e espero o término da música, compro um CD e lhe pergunto se posso voltar no sábado para o fotografar para o blog e divulgar seu trabalho. Ele sorri, diz que sim, nos despedimos e volto para casa com mais uma lição de vida. Sigo pensando por onde caminham nossos pés.

Sábado, levei Clara a tiracolo para fotografar o Carlos. Ele contou-me um pouco de sua vida.


É natural do Espírito Santo, chegou ao Rio de Janeiro na década de 70 e começou a gravar seus CDs em 1990.

Costuma se apresentar no Calçadão de Campo Grande, na Praça Saens Pena, no Largo da Carioca e no Largo do Machado.

Enquanto conversamos, Clara o fotografava - e as pessoas paravam para o ouvir e admirar sua destreza em autografar seus CDs com os pés.


Carlos Rogério Rocha, além de bom cantor, é um exemplo de persistência, dignidade, alto astral e superação.

Percebo sua cadeira de rodas um tanto gasta e ele me conta que foi produzida por ele para transportar seu equipamento musical.

Trocou as rodas originais por rodas de moto para suportar o peso, soldou com os pés as placas onde acondiciona os CDs, o alto-falante e mais sua bagagem.


Seus pés me conduziram a uma viagem para o meu interior. Por onde tenho caminhado? Como uso meus pés? Pisam com delicadeza? Superam obstáculos?

Algumas perguntas ainda sem respostas. Somente uma certeza; pés podem ser poéticos, como são os pés do Carlos Rogério.


Como ele não tem acesso à internet, prometi que iria imprimir a postagem e levar juntamente com as fotos para presenteá-lo.

Se você quiser o ouvir cantar e adquirir seu CD, seu telefone de contato é (21) 93159137.

22 de Maio de 2011

Fotos: Anna Clara Carvalho

Veja também: Cata-Vento