domingo, 28 de novembro de 2010

Minhas emoções...

Minhas emoções afloram
ao ver meninos idosos
na infância desconhecida.
Regina Coeli Carvalho

*Para o menino que foi baleado ao se recusar a incendiar uma moto.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Abrace essa causa!

 






Leia a crônica da amiga Lenapena:  Hoje dançamos no shopping!


“O trabalho voluntário não alegra apenas quem o recebe, mas é fonte de ternura e crescimento também para quem o oferece.”

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Documentário: Clarita

Documentário: Clarita
Narrado na primeira pessoa, e baseado na história da mãe da diretora, portadora da Doença de Alzheimer, o documentário apresenta reflexões e questionamentos sobre o sentido da vida e a convivência com a morte. O documentário alterna imagens filmadas com sua mãe e reconstituições feitas com a atriz Laura Cardoso.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Botox na alma


Li que um grupo de alunos da Universidade Estadual de São Paulo organizou uma competição batizada de “rodeio das gordas”, cujo objetivo era o ataque às colegas obesas durante um evento esportivo com cerca de 15 mil universitários.
Os nossos futuros profissionais se organizaram através de uma comunidade do Orkut com regras pré-estabelecidas para o ataque: o “peão” se aproximaria das mais gordas e as agarraria como nas arenas. Em competições futuras, essas performances seriam premiadas: aquele que ficasse mais tempo em cima das meninas ganharia uma caneca e um abadá.
Uso muito uma frase do Padre Zezinho quando participo de encontros com pais: “Há muitos jovens vazios, porque há poucos adultos transbordando.”.
Que formação tiveram esses universitários nas suas famílias? Estamos falando de uma elite que freqüenta uma Universidade Estadual - já que sabemos que pobre vai mesmo para as particulares. 

Estar acima do peso padrão estabelecido pela sociedade de “normais” não é politicamente correto.
Leio, hoje, que o Conselho do MEC quer censurar Monteiro Lobato. Segundo a coordenadora de ações afirmativas da UFMG, o livro “Caçadas de Pedrinho” é preconceituoso com Tia Nastácia. Um historiador afirma que a recomendação para não distribuir “Caçadas de Pedrinho” é fruto de uma interpretação politicamente correta.
Ora, todos nós sabemos que Lobato reproduzia uma sociedade da época, onde empregados eram negros e que expressões usadas naquele período eram de uso corriqueiro na sociedade.

O que é então o politicamente correto?
A caça às gordas?
Os dólares na cueca?
Um deputado federal eleito (que deverá elaborar leis e fiscalizar atos do Poder Executivo) pedir “auxílio” a mulher para redigir um texto para provar que sabe escrever?
Será que esse mesmo conselho foi que indicou o filme “Lula, o filho do Brasil” para concorrer ao Oscar como filme estrangeiro?
Millôr Fernandes é que tem razão quando afirma com seu constante bom humor: “Tanta plástica no rosto, no seio, na bunda e ninguém aí pra inventar uma plástica no caráter”.
É disso que nossa sociedade precisa: botox na alma.
Regina Coeli Carvalho
Publicado no Recanto das Letras em 30/10/2010
Código do texto: T2587803

Alguns esclarecimentos....


Ando meio afastada do mundo dos blogs. Estive durante algum tempo passando por um problema nas duas mãos que me impedia de digitar com freqüência.
Durante esse período visitava alguns blogs, mas nem sempre com condições de postar comentários.
Aos poucos fui retornando minhas postagens, pois esse é um espaço onde reúno textos, poesias, notícias que me agradam. Funciona, para mim, como um arquivo.
Não faço social em blog. Deixar um comentário qualquer para receber a visita de volta não faz parte dos meus princípios.
Estive pensando em dar um tempo nesse espaço. Porém, em respeito aos meus poucos leitores, porém fiéis, que nem sempre deixam comentários por aqui, mas geralmente me retornam por e-mail, resolvi continuar com o mesmo, mas sem o compromisso de datas para escrever.
Agradeço aqueles que me ajudaram a divulgar o Caso da Joanna Marcenal. A corrente foi grande e juntamente com o blog do caso chamamos atenção da mídia e a justiça resolveu comparecer.
Aos que ignoraram o pedido agradeço também, pois me deixaram  livre para não atender aos pedidos de votar em livros, votar em poesias e coisas do gênero.
O Canteiro Terapêutico continua por lá, fornecendo pensamentos para alguns que deixam passar um tempo para posta-los em seus blogs.
E a vida continua....

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Para Helena, no seu aniversário

 Hoje é aniversário da minha mãe. Embora ela não esteja fisicamente mais aqui, continuam comigo, nas minhas lembranças, seu cheiro, seu carinho, sua maneira de me olhar, seu cuidado, nossa sintonia, nossas afinidades, nosso bem querer.
Houve um momento que você, mãe, se tornou minha filha, e eu cuidei de você como você cuidou de mim. Por esta razão você nunca partiu, carrego você comigo e hoje lhe agradeço por tudo que me fez ser.
Minha saudade.

Os que nunca partem
Eu me lembro que quando era muito jovem, ouvia os adultos comentarem: fulano partiu. Esta era a forma que eles achavam menos sofrida de falar que alguém havia morrido, principalmente quando estavam perto de crianças. Era um jeito delicado que eles tinham de citar a morte sem que ela parecesse tão chocante.
Cresci e comecei também a falar assim - fulano partiu - acabei achando menos dolorido, menos violento se referir à morte dessa maneira.
Quando se diz que alguém morreu, dá a impressão que se acabou, desapareceu e imaginar que alguém que queremos bem acabou ou desapareceu pra sempre é terrível. Dói mil vezes mais do que precisar enfrentar a sua própria ausência.
Partiu já é diferente, dá uma sensação de que em algum ponto da vida nos reencontraremos com essa pessoa querida novamente. Fica mais fácil imaginar que ela viajou, uma viagem sem data pra voltar, mas com retorno garantido.
Enfim, descobri recentemente, que existe uma outra categoria dentro desse universo. São aqueles que nunca morrem e, portanto, jamais partem. São aqueles que embora desapareçam de nossas vistas, eternamente se fazem presentes em nossa memória e nosso coração.
Os que nunca partem são as pessoas que nortearam nossos dias, colocaram um significado importante neles e deixaram uma marca tão profunda em nós que não importa onde estejam, porque ao nosso lado, de alguma forma, sempre estarão.
Morrer, partir, são coisas simples, coisas do dia-a-dia. Acontece toda hora, em todo lugar, com todas as pessoas.
Os que nunca partem e os que nunca passam pela dor de assistir alguém querido partir são os felizardos dessa vida.
Dores momentâneas, saudades e ausências à parte, felizes daqueles que amaram alguém nessa vida a ponto de jamais deixá-los partir de seus corações.
Se quando eu me for, por desígnio de Deus, uma única pessoa não me deixar partir me guardando dentro do seu peito, eu direi que valeu a pena ter passado por aqui e que minha estada nessa vida não foi em vão.
Mas enquanto ainda estou por aqui, só tenho a dizer que dentro de mim moram pessoas que nunca deixei que partissem verdadeiramente, assim, como não deixarei que partam, jamais, algumas que ainda estão por aqui.
Os que nunca partem são aqueles que descobriram o segredo de brilhar na terra, mesmo antes de chegarem ao céu e se tornarem estrela.
Silvana Duboc