Reuni os comentários dos amigos sobre seus sonhos na postagem que fiz em outubro: “Meu sonho de infância”. Saiu uma historinha meio sem pé sem cabeça mas foi uma forma de resgatar o sonho de cada um.
Meu carinho procês.
Era uma cidade pequena com poucos habitantes e as tardes resumiam-se nas conversas no comércio local.
Gigi, a quitandeira, proseava com Denise, proprietária da fábrica de doces de leite, famoso produto da região.
O assunto na cidade era um só: a chegada da menina Lis, arqueóloga, que faria grandes escavações a procura de tesouros.
Doraci bailava ao som de Chiquititas enquanto Clara ensaiava para sua apresentação no teatrinho da cidade.
A Profa. Geórgia tentava acalmar Mimi que encontrava-se triste pois seus pais estavam sempre a brigar.
Viviam, a lavadeira, passa com sua trouxa na cabeça e anuncia que Max, o bombeiro, fraturou o braço na tentativa de salvar o gato da Zootécica, Anna Maria que sem saber de nada, encontrava-se no consultório da dentista Thaiz.
A jornaleira Andréa encarrega-se de levar a notícia para a proprietária do gato enquanto a enfermeira Vânia busca desesperadamente a médica Maria Thereza.
Professora Mônica, que estava de passagem pela cidade, percebendo a confusão que se instalara no pequeno vilarejo oferece sua ajuda e solicita a presença do piloto Sergio Affonso que chega com a aeromoça Ivone, resgata o ferido e a cidadezinha volta ao seu normal.
Eis os comentários.....
Andréa
Tive vários mas um deles foi ser jornaleira pois adorava revistinhas, figurinhas e bonequinhas de papel!
Anna Maria
Meus sonhos de criança: primeiro ser cientista e ajudar a muitos com as minhas descobertas. Depois ser zootecnista pela minha paixão incondicional aos animais.
Tornei-me professora... Ajudo que outros descubram o amor aos estudos e tenho em meus alunos, os "animais" humanos mais sublimes!
Clara
Meu sonho declarado de criança era ser CHIQUITITA.
Ah, que saudade. E graças a ele estou agora, assim, no caminho, com meu coração no teatro.
Agradeço muito por sonhar tanto.
Denise
O meu sonho era ser dona da fábrica de doces de leite que havia em frente a minha casa. rsrsr
Doraci
O meu sonho de menina era ser uma bailarina clássica. Na época nem usava o termo "clássica"... nem havia TV... e na minha cidadezinha não se ouvia falar em teatro... nada! O circo, sim, era a inspiração.
Com o rádio ligado... eu vivia nas pontas dos pés, jogava as pernas para o alto...
rodopiava...
Quanta felicidade!
Aí minha mãe chegava do quintal e dizia: "Ainda não acabou de limpar a casa?"
Mal sabia ela que eu ficara bailando... bailando...bailando...!
Geórgia
Eu queria ser professora e fui durante 15 anos, agora sou professora só dos filhos e do marido que fala muito bem o português.
Ivone
O meu sonho era ser aeromoça.
Lisete
Meu sonho era ser arqueóloga, escavar no Egito, em Roma, descobrir civilizações esquecidas...Ganhei uma coleção de livros sobre arqueologia. Como idéia, até hoje me apraz. A idade impede.
Outro sonho era ter uma escola e ser professora. ....com a paciência que (não) tenho, ia se chamar "Escolinha do tio Herodes"....
Maria Thereza
Se medica biocibernética....
É a parte da medicina que trata das partes biológicas trabalhando com as cibernéticas em conjunto. Favorecendo pessoas amputadas e outras mais. Moral da historia? Sabe quanto custa ser uma M. bioci...?
Pois é, a realidade foi bem outra e aí meu interesse por artes começou a aparecer....hoje sou tec. planejamento turístico( tudo a ver, né?) e designer gráfico e...web designer. Tudo a ver, não é!? Mas o principal? Sou feliz pra caramba com o que faço!!!! Amo meu trabalho.
Max
Meu grande sonho era ser bombeiro. Acredita que a minha avó fez um uniforme todo vermelho para eu brincar.
Uma vez cai de uma árvore fraturando o braço pois estava brincando de salvar um gato.
Mimi
Sonhava ver meus pais não brigando(tantooooooo) nunca mais...
Eita sonhinho que não deu prá realizar até hoje... Os dois velhinhos (85 e 84 anos) continuam brigando feito gato e cachorro!
E eu... Cadê que me acostumo....rs,rs,rs
Mônica
Meu grande sonho era ser Professora....e consegui realizá-lo com tanto sacrifício....Ah!!! Como é bom poder sonhar....
Sergio Affonso
Meu sonho de infância era pilotar avião da FAB... Na minha inocência eu achava que devia ser a coisa mais difícil do mundo... Consegui pilotar avião da FAB... Vi que era fácil e deixou de ser sonho... Estou até hoje à procura de novo sonho...
Thaiz
Nossa... quando eu era menos pequena..rsrs... sempre pensei eu ser dentista.
Achava engraçado, sempre ouvir que muitas pessoas tinham medo dos dentistas.
Vânia
Então meu sonho de criança era ser enfermeira,,hoje nem pensar tenho horror a hospital,,
Vivian
Estou aqui tendo crise de risos. Quitanda? Rural?
Pois eu em pequena vivia no interior de Minas e via aquelas senhoras lavadeiras passarem com trouxas na cabeça e queria crescer para fazer o mesmo.
Acho que é por isso que hoje passo longe do tanque.
Aos 9 anos já era independente. Comprava seus presentes sem a ajuda de adultos.
Presenteou-me com este caderninho no Dia das Mães.
Com direito a dedicatória:
Mãe, hoje e sempre, onde quer que seja; vou estar com você lhe amando! Esse livro vai te ajudar a criar sonhos e realidades a respeito da vida! Um beijão de sua filha Anna Clara 09-05-99
Obrigada filha, você foi o presente mais significativo que a vida me deu.
O Centro Psiquiátrico Rio de Janeiro convida para o desfile do Bloco “Tremendo nos Nervos”, a realizar-se no dia 03 de fevereiro de 2010, no horário de 14 às 18 horas, na Praça da Harmonia, Bairro da Saúde.
Esclarecemos que o CPRJ atende a população residente na região Ap.1 e Ap.3.1 na área de saúde mental.
A Unidade tem como objetivo coordenar a articulação entre a atenção à crise e assistência necessária ao processo de ressocialização da população atendida, de forma ágil, com atendimento humanizado, resolutivo e integrado aos demais serviços internos no CPRJ e aos da rede de atenção à saúde mental.
Buscamos com inovações deste serviço, romper barreiras, acolhendo estas pessoas de forma humanizada, compreendendo fundamentalmente o sentido do “cuidado”.
Inserimos novas equipes constituídas por Musicoterapeutas, Psicólogos, Arte-terapeutas, Terapeutas Ocupacionais, Recreadores, Dançarina, etc. que através de atividades nas oficinas modificam o ambiente e o sentido dado aquele momento, contribuindo mais uma vez na humanização de atenção à crise.
É no Hospital-Dia Harmonia que se desenvolve o projeto de atendimento a população com transtorno mental e que se encontra em situação de rua.
O uso de arte tem sido um dos traços fundamentais desse processo que vem se desenvolvendo nas oficinas de pintura, de artesanato, carnaval, de música, de teatro, de poesia, de culinária, de informática, restauração de móveis e estas sendo utilizadas de forma a permitir a expressão de todos os envolvidos no projeto do Centro Psiquiátrico Rio de Janeiro.
Dentro deste espírito criamos um trabalho onde o samba é o protagonista, organizamos o Bloco Tremendo dos Nervos que é formado por usuários, técnicos e familiares do Centro Psiquiátrico Rio de Janeiro.
A experiência surgiu no ano de 2005, como uma forma de expressão que proporcionasse um encontro entre os espaços da Instituição e o da comunidade ao redor, entre diversas experiências sócio-culturais, acolhendo as diferentes possibilidades de sentirem-se criativos e protagonistas de suas criações.
Trabalho fundamental na reabilitação psicossocial dos pacientes portadores de transtornos psiquiátricos.
Ele nasceu numa cidade de nome bonito: Espera Feliz. Mas a vida inteira se perguntou: "como pode alguma espera ser feliz?". Não tinha dúvida de que essa história de esperar era uma coisa muito chata. E ele se sentia aflito. Até que um dia se cansou. Tomou uma atitude. E aí, sim, ele foi feliz - agora longe da espera. Mudou de cidade. Foi morar em Boa Esperança.
Atiro-a contra as quinas erguidas desta madrugada, contra estes edifícios enormes, parados contra o cinza do céu sujo como o sabão que lava o piso dos botequins ao fim da noite.
Atiro-a contra o cansaço do mundo, contra o meu próprio e inenarrável cansaço, atiro-a em nome da utopia que é minha, a tua, a nossa utopia, atiro-a com raiva, sem estratégia, sem prudência, como uma hemorragia que se esvai e tinge a calçada com o esguicho de seu incêndio rubro.
Atiro-a para nada, para o nenhum resultado do grito que precede o baque do corpo atropelado na rua, atiro-a no ar do mar, na curva corrosiva do azul, à porta dos orfanatos e prostíbulos, atiro-a ao chão, como bile sanguinolenta que escorre, como quem cospe um dente arrancado por um murro na boca.
Mas atiro-a, flecha turva, esperança e nojo, vida e cólera, atiro-a com este punho fechado, com esta sede e esta fome, atiro-a com a funda mais funda do meu sonho mais profundo, atiro-a contra argentários e fundiários, opressores e ditadores, atiro-a em meu nome e em nome dos que ainda não têm nome, e em nome dos que em dores e cólicas acordam para o seu nome, e ao rés do chão, em pleno pó, o desentranham.
Hélio Pellegrino, abril, 1964
Humberto Werneck revela: "... ele dizia que escrevê-lo foi sua primeira reação diante do golpe de 64".
“Eu procuro o ser humano que saiba amar, sem que, com isso, puna, trancafie ou sugue o outro. Eu procuro esse ser do futuro, que torne realidade o amor, independente de vantagens e desvantagens sociais, para que ele seja um fim em sim mesmo”.C.G.Jung
“Sempre me pareceu inteiramente sem importância fazer um diagnóstico e pôr um rótulo numa pessoa.
Esquizofrenia...esquizofenia...esquizofrenia. Isso não diz nada. O fundamental é o encontro com aquela pessoa. A certa altura, me pareceu que a esquizofrenia não é uma doença propriamente dita, com as características clássicas das doenças. A esquizofenia resulta de cisões internas com o mundo exterior, causadas por situações externas, demasiado fortes para certos indivíduos. São eles, na maioria, frágeis para suportar o que nós outros suportamos – talvez até por serem melhores do que nós”.
Nise da Silveira – Texto do artigo publicado na revista Manchete, Rio de Janeiro, 10 jun. 1967.
Li há algum tempo em uma comunidade do Orkut sobre a experiência de “perder” livros.
Em 16 de dezembro postei uma reportagem da Revista Nova Escola sobre a distribuição de livros em sinais de trânsito.
Preparei 4 livros para serem perdidos com um bilhetinho colado solicitando à pessoa que achar que depois de lê-lo perca-o também. Deixei também meu e-mail para que, se possível, fosse relatada a experiência de achar o livro, lê-lo e perde-lo também.
Hoje perdi o 1º livro: Por tanto amar de Mário Oliveira.
Deixe-o no ônibus da linha 497 no trajeto Laranjeiras/ Centro da Cidade.