domingo, 31 de julho de 2011

Táxi em Movimento


Imagem: Google

Táxi em Movimento

Há um Táxi sempre em Movimento.
Trafega em excesso de velocidade:
nas notícias!
Viaja com carga em excesso:
Não de passageiros, mas de indignações!
Transborda pelas portas e janelas:
a solidariedade!
Corre na contramão atropelando
os corruptos!
Os demais veículos são multados
por infringirem as leis do trânsito,
o Táxi em Movimento
sofre censura por suas cobranças e denúncias.
Há um Táxi sempre em Movimento
ao alcance da nossa mão,
seu combustível é o coração!

Meu carinho ao Jorge Schweitzer do Táxi em Movimento por ser e estar sempre solidário com as injustiças sociais.

Como não sou poetisa pedi um socorro na correção para a amiga Ana Ferreira.

sábado, 30 de julho de 2011

As cinzas e a vida...


"Quanto a mim, não desejo ser enterrado em ataúde. Sofro de claustrofobia. A idéia de ficar trancado numa caixa me causa arrepios. Acho a cremação um lindo ritual. As cinzas, soltas ao vento, lançadas sobre o mar, colocadas ao pé de uma árvore, são símbolos da leveza, da liberdade e da vida."  Rubem Alves, Em defesa das flores, In O amor que acende a lua


Há algum tempo fiz minha declaração de cremação, deixei para minha família a tarefa de escolher o local das minhas cinzas com a recomendação que o lugar escolhido não prejudicasse o meio ambiente.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Juan e Joanna e a indignação da sociedade



PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
SECRETARIA DE DIREITOS HUMANOS

 NOTA PÚBLICA

Sobre a confirmação do assassinato do menino Juan Moraes, no Rio de Janeiro, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República vem a público manifestar:

1 – É inaceitável o homicídio bárbaro de uma criança em qualquer situação. A evidência do envolvimento direto de agentes públicos, que têm a obrigação de zelar pela segurança da população, torna o episódio ainda mais revoltante.

2 – Desde que foi notificada do caso, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República vem cumprindo com o seu papel, acompanhando a investigação e oferecendo proteção à vida dos familiares de Juan. Estes permanecerão sob proteção federal enquanto houver risco à sua integridade física.

3 – O governo brasileiro não tolera esse tipo de crime contra qualquer ser humano. A situação se agrava por se tratar de uma criança que é, segundo a Constituição Federal, prioridade absoluta, que implica primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias.

4 – A expectativa da sociedade brasileira é que sejam tomadas todas as medidas para que os responsáveis não fiquem impunes. Nesse sentido, é fundamental que o governo do estado do Rio de Janeiro atue de forma firme e competente para identificar os responsáveis, a exemplo do que fez no afastamento do delegado que acompanhava o caso e agiu inadequadamente diante dos fatos. O governo federal acompanhará de perto os desdobramentos para garantir justiça e evitar a impunidade.

Brasília/DF, 6 de julho de 2011.


Maria do Rosário Nunes
Ministra-chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e Presidenta da Conselho Nacional de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente




A população do Rio de Janeiro se solidariza com a família do menino Juan e implora a Senhora Ministra a mesma indignação com o Caso Joanna Marcenal.


"A sociedade brasileira não tolera mais a impunidade."
Antonio Carlos Biscaia
Fonte: http://www.biscaia.com.br/site/, acessado em 08 de Julho de 2011 as 16.57.





quinta-feira, 7 de julho de 2011

Ar da graça

Nunca havia pensado na beleza da expressão: “Fulano nem deu o ar da graça”, usada para reclamar a ausência de alguém. O que percebi é que essa não é uma cobrança qualquer. Num mundo de (des)graças cotidianas, queremos uma aparição cheia de graça. Ansiamos por pessoas que saibam nos encantar, que sejam leves e surpreendentes, como um jardim de Monet. Ruidosamente, meu coração me acalanta: cobrar a graça das pessoas é uma síntese da nossa opção pelo bem, é continuar a ter esperança na humanidade.
Larissa Santos Pereira
 Imagem: Adolphe-William Bouguereau

Ao refletir sobre a prosa da autora recordei de quantas pessoas vamos perdendo pelo caminho pela falta de tempo, pelo comodismo de deixar para depois o alô, o chamego, o afeto.
Daqui pra frente cobrarei o ar da graça dos que me aconchegam o coração e prometo dar o ar da minha graça mais vezes procês.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Neste mesmo instante...

Neste mesmo instante
há um homem que sofre,
um homem torturado
tão somente
por amar a liberdade.

Ignoro onde vive,
que língua fala,
de que cor é a sua pele,
como se chama,
mas neste mesmo instante,
quando os teus olhos lêem
o meu pequeno poema,
esse homem existe,
grita,
pode-se ouvir o seu pranto
de animal acossado,
enquanto morde os lábios
para não denunciar os amigos.

Ouves?
Um homem, só, grita
amarrado,
existe em algum lugar.
Eu disse só?
Não sentes, como eu,
a dor do seu corpo
repetida no teu?
Não te brota o sangue
sob os golpes cegos?

Ninguém está só.
Agora,
neste mesmo instante,
também a ti e a mim
nos mantêm amarrados.

José Agustín Goytisolo
Tradução de Antonio Miranda