sábado, 26 de novembro de 2011

Esperança



Esperança

Muitos são os que carregam
água na peneira,
como disse o poeta
 Manoel de Barros,
e esperança como estrela
na lapela.
Muitos são os que acreditam
em coisas simples e limpas,
em coisas essenciais,
amor, amizade, delicadeza,
paz,
e tantas outras palavras,
antigas e urgentes.

Roseana Murray, In:  Manual da Delicadeza de A a Z.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

A "igreja invisível"


Meus pais me ensinaram que religião é praticada quando saímos das pregações e colocamos em prática o que ouvimos.
Repetir orações decoradas, pregar e agir de formas diferentes é o que mais se vê nesse mundo de “meu deus”.
Quero continuar sendo membro da igreja invisível.

(...)
 "Igreja invisível" é o conjunto de pessoas, por esse mundo afora, gente que a gente nunca viu nem verá que, sem que a gente saiba, se comove com as mesmas coisas que a gente. Quem se alegra com a mesma coisa que me trás alegria é meu irmão. Quem chora pela mesma coisa que me faz chorar é meu irmão. Quem acha bonita a mesma música que eu acho é meu irmão. Há um verso de Fernando Pessoa que diz assim: "... E a melodia que não havia, se agora a lembro, faz-me chorar." Pois essa "igreja invisível" (que nada tem a ver com igrejas, bispos e dogmas) é um coral que canta uma melodia inaudível que enche o universo. Especialmente em momentos de grande solidão a gente a ouve - e isso nos dá grande alegria e nos faz chorar: não estamos sós.
(...)
Rubem Alves, trechos de “Asas para quem quer voar”

Aos amigos de caminhada que fazem parte dos membros da minha "igreja invisível" e se fazem presente com ouvidos, voz e coração.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Celebrar a morte deles...


Hoje é dia de finados.
Que esse dia, um dia, se torne dia de celebração:
por ter morrido
minha prepotência,
meu comodismo,
meus vícios de linguagem;
o medo que paralisa,
as relações demasiadamente mornas
e minha auto-sabotagem.
Anaclara de Castro