Leitora de Zuenir Ventura só descobri esse livro há alguns
dias na Feira do Livro do Largo da Carioca.
Leitura imperdível para aqueles que não viveram os anos de
chumbo.
“Não viemos a Terra para julgar, nem para prender ou
condenar; viemos para olhar e depois contar. Não somos juizes, não somos
promotores, somos jornalistas, somos testemunhas de nosso tempo, uma testemunha
crítica, não necessariamente de oposição, mas implacavelmente crítica” Zuenir Ventura
Este livro traz o testemunho de Zuenir Ventura, um dos mais
brilhantes jornalistas de nosso tempo, sobre um período que vai do final dos
anos 50, quando publica suas primeiras
reportagens, até os dias de hoje. Em meio a lembranças pessoais e coletivas,
estão as principais mudanças comportamentais, políticas e sociais, revividas em
episódios conhecidos e desconhecidos, em personagens famosos e anônimos.
Pela excelência do texto e a diversidade da narrativa,
Minhas Histórias dos Outros é como o romance real de uma época em que houve do
melhor e do pior: revolução sexual e arrojadas aventuras existenciais, mas também
flagelos planetários como a aids e o narcotráfico: depressão e euforia, choro de
alegria e de tristeza.
Há momentos cômicos e surpreendentes, como a entrevista com
Fidel Castro, que nunca pôde ser publicada. Ou a foto acidental da calcinha
branca de Jacqueline Kennedy. E há dramas pungentes como a saga de uma
testemunha marcada pelo destino. Em suma, o livro de Zuenir é uma fascinante
aventura humana.
Ventura, Zuenir
Minhas Histórias dos Outros
São Paulo: Editora Planeta, 2005
"Mal foi amanhecendo no subúrbio
As paredes gritaram: anistia
Rápidos trens chamando os operários
Em suas portas cruéis também gritavam:
Anistia, anistia"
Escrito por Carlos Drummond de Andrade no período da Campanha
pela Anistia:
Página 98
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