segunda-feira, 4 de março de 2013

Minhas histórias dos outros


Leitora de Zuenir Ventura só descobri esse livro há alguns dias na Feira do Livro do Largo da Carioca.
Leitura imperdível para aqueles que não viveram os anos de chumbo.

“Não viemos a Terra para julgar, nem para prender ou condenar; viemos para olhar e depois contar. Não somos juizes, não somos promotores, somos jornalistas, somos testemunhas de nosso tempo, uma testemunha crítica, não necessariamente de oposição, mas implacavelmente crítica”  Zuenir Ventura

Este livro traz o testemunho de Zuenir Ventura, um dos mais brilhantes jornalistas de nosso tempo, sobre um período que vai do final dos anos 50, quando publica  suas primeiras reportagens, até os dias de hoje. Em meio a lembranças pessoais e coletivas, estão as principais mudanças comportamentais, políticas e sociais, revividas em episódios conhecidos e desconhecidos, em personagens famosos e anônimos.
Pela excelência do texto e a diversidade da narrativa, Minhas Histórias dos Outros é como o romance real de uma época em que houve do melhor e do pior: revolução sexual e arrojadas aventuras existenciais, mas também flagelos planetários como a aids e o narcotráfico: depressão e euforia, choro de alegria e de tristeza.
Há momentos cômicos e surpreendentes, como a entrevista com Fidel Castro, que nunca pôde ser publicada. Ou a foto acidental da calcinha branca de Jacqueline Kennedy. E há dramas pungentes como a saga de uma testemunha marcada pelo destino. Em suma, o livro de Zuenir é uma fascinante aventura humana.

Ventura, Zuenir
Minhas Histórias dos Outros
São Paulo: Editora Planeta, 2005

 
"Mal foi amanhecendo no subúrbio
As paredes gritaram: anistia
Rápidos trens chamando os operários
Em suas portas cruéis também gritavam:
Anistia, anistia"
Escrito por Carlos Drummond de Andrade no período da Campanha pela Anistia:
Página 98

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