Arrumadeira
No armário
de rasgado calendário
retiro, da hora
de antigo relógio
o ódio
de um episódio.
Do cabide,
pendido,
um pensamento
perdido.
Do fundo do sapato,
o calo de um ato.
Da bolsa, o labirinto
do que sinto.
Do bolso do paletó,
o pó
do humano.
Do pano
franzido do ludíbrio,
o estóico equilíbrio.
Esqueço,
na gaveta vazia,
o dia
em que morri.
(de alegria).
Yeda Prates Bernis
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