O ano era 1981, nos conhecemos na sala de aula do “Curso de Especialização para o Magistério Superior”.
Logo nossas afinidades nos aproximaram e formamos um grupo de estudos. Eu, Val, Francisca, Regina Célia, Célio e Edson.
Tínhamos aulas aos sábados de 8 às 17h e a hora do almoço era uma festa.
Nossos pratos eram compartilhados por todos e ao final havíamos comido de tudo.
Voltávamos para a sala de aula cansados, com sono e ali os profissionais que já éramos cediam espaço para os alunos que naqueles dias nos tornamos. Escusado dizer que a “bagunça” era boa.
Convivemos durante 12 meses neste clima de estudo, trabalhos escolares e muito companheirismo.
Continuamos a manter contato por telefone, por cartas já que alguns voltaram aos seus estados originais.
Nestes 27 anos dois já partiram: A Chiquinha, que era nosso super ego e o Edson que era o mais “light” do grupo. Com a Regina Célia perdemos o contato, mas com a Val e o Célio não desatamos nossos laços.
Ontem estava procurando um livro na minha estante e encontrei o livro que o Célio escreveu: “Penitência de um Sonhador”, no qual ele publicou uma poesia que fez para mim.
Vou transcrevê-la como resgate de um período tão enriquecedor em nossas vidas e que deixou marcas muito positivas.
Abraços para vocês, amigos!
REGINA
Reservo-me o direito de conjugar o seu verbo.
Só eu conheço bem:
Seus gostos
Seus amores
Suas explosões.
Atrás destes olhos negros assustados,
Esconde a mais terna criança.
Atrás destas feições, às vezes indiferente
Oculta a mais sensível das mulheres.
Titubear diante do seu olhar penetrante
Da sua firmeza
E de suas convicções, é um tanto fácil.
Embora (quando em vez) enganem até os deuses
Esta sua dureza estatular.
Não sabem eles que o magnetismo da sua força de persuasão
E o feitiço envolvente do charme que você emana, é tão
Abrangente como o ar.
E a estátua de curvas delineadas, cabelos pretos, meiga e
Graciosa, pensa, fala, anda, se derrete ouvindo uma canção
De amor.
Perdoe este amigo que assim a vê, e, que a si reservou a
Exclusividade de conjugar o seu verbo:
REGINEI, REGINO E REGINAREI.
Um comentário:
É Ré, você acaba de me fazer relembrar pessoas, tempo, traquinagem, rsrsrsrs, trabalhos... que saudade! de tudo e de todos. Certamente esse tempo não voltará jamais, mas nunca será esquecido.
Obrigada pela homenagem, pela lembrança. E ainda tenho esperança de te encontrar.
bjitos
Val.
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