Quando criança, ao ouvir uma canção popularmente conhecida como “Churrasquinho de Mãe”, me escondia para chorar com medo de que acontecesse o mesmo com a minha mãe. Lágrimas e soluços rolavam, mas depois de me recompor, voltava às brincadeiras.
Outros medos foram se apossando de mim, ainda bem pequena a morte da menina Taninha foi um marco para instalar-se em mim o medo dos desconhecidos. Havia a sensação de que qualquer pessoa que se aproximasse poderia me roubar dos meus pais.
Hoje tenho medo dos pais que matam seus filhos, da justiça que julga segundo suas conveniências, dos políticos que legislam em causa própria, da censura que devagarzinho está voltando, da forma como nos querem calar.
Tenho medo de deixar de me indignar.
28/03/2011, após saber da revogação da prisão do pai de Joanna Marcenal
Leia também: Justiça para Joanna Marcenal
Publicado no Recanto das Letras em 29/03/2011
Código do texto: T2878044
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2 comentários:
Ai, minha querida Regina, eu também ando com esses mesmos medos seus. Ando com medo dessa gente, de suas maldades e falta de compaixão para com o seu semelhante. Será que esse mndo ainda tem jeito? Acredito que sim, pois Deus nos olha e nos guarda diariamente.
A revogação dessa prisão foi mais um caso de irresponsabilidade da justiça brasileira. Só nos resta pedir a Deus que faça a justiça dele, pois esta pode tardar, mas não falha nunca.
Beijo no coração.
Amiga,
Já tinha lido seu texto lá no Recanto, registro aqui que também tenho medo dessas arbitrariedades, injustiças e toda essa podridão (desculpe-me pelo termo) que andamos assistindo por ai.
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