O relato comovente da mãe, Lenore Xavier de Souza, que
procura sua filha Joana há dois anos e três meses.
Aqui continua tudo igual… Meus livros todos mal arrumados,
minhas roupas divididas em cor, sem cor. Minhas apostilas bagunçadas, meu
cérebro fuçando lembranças, eu voltando á Escola, ou pesquisando na internet. Ligando,
ligando. Procurando por toda a parte hora tentando sofrer de amnésia. Eu e você
separadas, distância, sem o encontro e chegada na partida. Vai e vem, em dias
nublados, com sol ou chuva fininha. Indo dormir com uma incerteza tão incerta,
acordando sem saber coisa alguma. Chorando, pessoas cada vez mais distantes, te
tratando como causa e não como gente. Me exigindo militância e não me trazendo
nada, só meia consideração, meias medidas, meias palavras, meias pieguices,
meias vontades de ajudar, muita piedade. Amantam a ti ao grande número de pessoas
que se procuram, perdestes tua identidade, és uma estatística, algumas fotos,
raras lembranças de quem te conheceu. A família já não toca em teu nome, sinto
uma certa rejeição, somo se fosses culpada de um grande crime, alegam cuidado
em não me magoar, mal sonham eles que o que magoa é a enorme indiferença. Todos
me perguntam se há pistas de teu paradeiro, mal sonham que é esta minha grande
pergunta. Ficaste eternizada em banners e cartazes, até em outros estados.
passeias em eventos de corajosas mães que não te conhecem mas sim teu nome, o
meu e teu rosto. Aqui tudo está igual, a Catarina como sempre companheira, me
segue como sombra a onde quer que eu vá, Ninguém te procura pelas ruas a não
ser eu. Sei que a maioria desistiu de acreditar que ainda vives, pensam que não
leio em seus rostos e em seus disfarces.
Mas eu te amo filha do meu coração, Conta comigo, sempre, com meu amor e minha Fé e com minha luta também, está perto Joana, muito perto!!!
Mas eu te amo filha do meu coração, Conta comigo, sempre, com meu amor e minha Fé e com minha luta também, está perto Joana, muito perto!!!
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