segunda-feira, 17 de maio de 2010

O desapego e o Menino do Dedo Verde



Não tenho apego a maioria das coisas materiais, acredito que nossa energia deve ser renovada e por isso constantemente faço doações de roupas, sapatos, bolsas, enfim do que não uso mais. Mas tenho uma grande dificuldade de me desapegar dos meus livros. Há dois anos, quando mudei de residência doei cerca de 200 livros, pois não teria lugar para abrigá-los. Quando fiz a seleção dos livros, alguns, mesmo velhinhos, não tive coragem de dar. Ontem enquanto procurava um livro antigo encontrei “O menino do dedo verde” que ganhei da minha amiga Lenilda em 1978.
Abri-o ao caso e reli essa passagem dentre muitas selecionadas na época da leitura.

“O Dr. Milmales esperava Tistu atrás de sua grande mesa niquelada, repleta de livros.
- Então, Tistu - perguntou ele - que foi que você aprendeu? Que sabe de medicina?
- Aprendi - respondeu Tistu - que a medicina não pode quase nada contra um coração muito triste. Aprendi que para a gente sarar é preciso ter vontade de viver. Doutor, será que não existem pílulas de esperança?
O Dr. Milmales ficou espantado com tanta sabedoria num garoto tão pequeno.
- Você aprendeu sozinho a primeira coisa que um médico deve saber.
- E qual é a segunda, Doutor?
- É que para cuidar direito dos homens é preciso amá-los bastante.
Maurice Druon, In  O menino do dedo verde, 1978, 20ª Edição


2 comentários:

............... disse...

Mulher sábia,
acredita que ontem à noite e hoje pela manhã estava pensando numa pílula dessas. Derivando da música do Cazuza: algum remédio que me dê alegria........

Beijo e tenha um bom dia.
Liss

Tb não consigo desfazer-me de livros, de papéis que se traduzam em memórias. Acontece que, agora, aos meus, juntei os que foram de meus pais e irmãos!!
Mas doar, não dôo. So sorry

O que elas estao lendo!? disse...

Regina, nada que o Mestre nao tenha nos ensinado antes: Amai o poximo como a ti mesmo.

Temos entrevista e sorteio no blog com um autor bem conhecido na blogesfera. Acho que você vai gostar muito.

Um beijao