quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Eu e (alguns dos) meus homens


Eu e (alguns dos) meus homens

Li Platão pra saber que não quero amores platônicos e que a vida real não está no mundo sensível, idealizado.
Aristóteles me ensinou que a metafísica de um relacionamento me seduz mais que a própria química ou o físico.
Descartes me deu a deixa do “gozo, logo existo”.
Quando Sartre me disse que o inferno era o outro, descobri também um paraíso ali.
E Nietzsche matando Deus, me deu permissão pra pecados deliciosos.
(A Igreja me ensinou a pecar).
Hegel era um chato.
Maquiavel me deu estratégias que não usei, não gosto de jogos de sedução, " canso, logo desisto"( Descartes de novo!).
Kant me ensinou que ser racional pode ser bem mais prático que romântico.
Schopenhauer me fez entender sobre a vontade insaciável que nos provoca o tédio.
Já me deitei com Kierkegaard.
Freud me apresentou Édipos, homens que me namoravam porque não podiam casar com suas próprias mães.
Wittgneistein eu abandonei antes de tentar entender.
Heidegger me falou da angústia que nos recolhe e renova.Aprendi muito sobre a autenticidade com ele.
Derrida desconstruiu tudo. Pra Foucault, sexo era phoder!

Mas foi um poeta, Manoel de Barros, que açucarou meu coração com açucenas.

Marla de Queiroz, in Flores de Dentro

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