quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Dia do psicólogo

(...) Para dar conta dessa profissão só mesmo sendo inquieta e muito sensível. É justamente essa inquietude que nos move. A sensibilidade nos faz diminuir o passo e escutar com atenção...

(...) Um dos privilégios é ter a licença, a possibilidade de se estar em um nível muito alto de intimidade com uma outra pessoa. Permanecer junto dela até que encontre seu trilho. E ver que existe um caminho, singular para cada um. E torcer por ela, irradiando energia, nos colocando nos bastidores, enquanto a pessoa está fazendo o seu trabalho. E, se tivermos a paciência necessária de esperar, podemos ver e constatar, muitas e muitas vezes, que a mágica funciona!

(...) Quanto à maioria daqueles que cruzam nossa vida, podemos mesmo caminhar junto com eles até que encontrem seu trilho, quando então ganham velocidade. Nesse momento, ficamos no umbral de sua vivência, podemos chegar perto, mas quem transpõe aquele portão é ele. Sozinho.... por mais que queiramos ir junto...

(...) Temos sempre a dupla tarefa de, estando alertas para o que se passa em nós, ao mesmo tempo nos estendermos até aquele que está conosco. Sem que nos percamos. Mas sempre a serviço do Outro.

(...) E, depois de tudo, desse longo trabalho de alfabetização, o passo a passo, toda a longa caminhada, quando atingimos o ponto de diálogo, da mutualidade, é hora de encerrar o processo!

Para novamente abrir espaço e receber uma outra pessoa, começando do começo, e assim vamos... Nessa ciranda eterna...

Coisa estranha essa profissão. Cheia de sabores. Cheia das possibilidades. Cheia de possíveis disfarces. Condenada à solidão pessoal pela proximidade com a alma alheia. Abençoada em alguns encontros... E o que nos mantém nesse percurso? Será a onipotência, a loucura, a teimosia?


A fé, acho....


Trechos de Ser terapeuta: falando de amores e dores, Jean Clark Juliano, In A arte de restaurar histórias.


Recebi esse vídeo da amiga Ju.

Meu abraço carinhoso aos psicólogos amigos.


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