É pulsão de vida, é pulsão de morte,
é sol de esperança ou transformação?
É a dor de espasmo crispada no peito
que determina a ação?
É projeção ou introjeção?
É identificação ou tribulação?
A angústia é forjada pela traição?
É Narciso no espelho
vaidoso, orgulho
da sua condição.
Será que a vida se esgota
na própria visão?
Édipo é figura objetal,
mito de compulsão
da forma dialética de relação?
Somos cartas marcadas
no jogo da interação?
É milagre de Deus ou é opção?
Os sentimentos velados,
os revelados
na mera suposição
do que há de real
de bom ou de mal
de certo ou errado
de conveniente ou não.
É reação ou acomodação?
O que somos então?
É lance de sorte ou há intenção?
Esquizoparanóide é posição
de defesa e equilibração
ou de alucinação e acusação?
Viver é determinação ou superação?
São estágios vivenciados ou mera invenção
para chegar ao ápice da realização?
E tudo permeado pela emoção.
Ou será que não?
No abraço apertado, nas mãos enlaçadas
em perfeita união,
será que não há carinho e afeição?
Claro que sim. .. ou não?
Olinda Fernandes da Silva, In Vinte poetas à procura de um leitor
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