Se eu deitar num divã,
encontrarei o meu ego,
olhando firme, pra mim,
Só quer me ver este cego!
Me deparar, vejam só, com coisas que sempre nego.
De sentir amargor na fruta doce que pego.
De castigar a lembrança, com imagens que renego.
De só gostar do que tenho, quando ao desprezo relego!
Se eu deitar num divã,
perceberei o meu ego
dizer, zombando de mim:
- Depois eu, que sou o cego!
Naura Vieira Dos Santos,16ª edição do Concurso Poemas no Ônibus e no Trem, Porto Alegre, 2008
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