27 de Agosto – Dia do Psicólogo
Peço licença à autora do texto para posta-lo aqui,
É um texto que explica a nossa profissão, sem perder de vista o olhar poético sobre o ser humano e a nossa responsabilidade no crescimento e na ciranda da vida do outro.
Começaria tudo outra vez se tivesse que escolher uma profissão. Foi através da psicologia que cresci, através do contato com pessoas, com suas dores e que através de nossas trocas deixaram aflorar seus sentimentos.
Complementando com um pensamento de Jung que adotei para minha vida profissional:
"Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas quando tocar em uma alma humana seja apenas outra alma humana." Carl Gustav Jung
Trechos de Ser terapeuta: falando de amores e dores, Jean Clark Juliano, In A arte de restaurar histórias.
“(...) Para dar conta dessa profissão só mesmo sendo inquieta e muito sensível. É justamente essa inquietude que nos move. A sensibilidade nos faz diminuir o passo e escutar com atenção...
(...) Um dos privilégios é ter a licença, a possibilidade de se estar em um nível muito alto de intimidade com uma outra pessoa. Permanecer junto dela até que encontre seu trilho. E ver que existe um caminho, singular para cada um. E torcer por ela, irradiando energia, nos colocando nos bastidores, enquanto a pessoa está fazendo o seu trabalho. E, se tivermos a paciência necessária de esperar, podemos ver e constatar, muitas e muitas vezes, que a mágica funciona!
(...) Quanto à maioria daqueles que cruzam nossa vida, podemos mesmo caminhar junto com eles até que encontrem seu trilho, quando então ganham velocidade. Nesse momento, ficamos no umbral de sua vivência, podemos chegar perto, mas quem transpõe aquele portão é ele. Sozinho.... por mais que queiramos ir junto...
(...) Temos sempre a dupla tarefa de, estando alertas para o que se passa em nós, ao mesmo tempo nos estendermos até aquele que está conosco. Sem que nos percamos. Mas sempre a serviço do Outro.
(...) E, depois de tudo, desse longo trabalho de alfabetização, o passo a passo, toda a longa caminhada, quando atingimos o ponto de diálogo, da maturidade, é hora de encerrar o processo!
Para novamente abrir espaço e receber uma outra pessoa, começando do começo, e assim vamos... Nessa ciranda eterna...
Coisa estranha essa profissão. Cheia de sabores. Cheia das possibilidades. Cheia de possíveis disfarces. Condenada à solidão pessoal pela proximidade com a alma alheia. Abençoada em alguns encontros... E o que nos mantém nesse percurso? Será a onipotência, a loucura, a teimosia?
A fé, acho....”
Registro meu respeito para os colegas psicólogos por quem nutro um carinho especial: Ana Campelo, Cidinha,, Cirleide, Jussara,, Mauricio Carneiro, Ney Gonçalves, Nisha Novaes, Rita Martins, Rosangela Baruffaldi, Sergio Affonso, Verinha,
Publicado no Recanto das Letras em 27/08/2010
Código do texto: T2461797
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