sexta-feira, 27 de junho de 2008

A extração da pedra da loucura, de Hieronymus Bosch

“Estive doente
doente dos olhos, doente da boca, dos nervos até.
Dos olhos que viram mulheres formosas
da boca que disse poemas em brasa
dos nervos manchados de fumo e café.
Estive doente
estou em repouso, não posso escrever.
Eu quero um punhado de estrelas maduras
eu quero a doçura do verbo viver.”
(De um louco anônimo – transcrito por Caco Barcelos na reportagem “Crime e loucura”, citado por Caio Fernando Abreu in, O ovo apunhalado)

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