domingo, 10 de agosto de 2008

Dia dos Pais


“Na biblioteca havia uma lareira grande, no aparador o relógio que meu pai comprara quando estudante e ao qual continuava dando corda noite após noite, antes de dormir.
Eu, já deitada, escutava do outro lado da parede do meu quarto sua mão dar voltas na chave e preparar a engrenagem para marcar mais um ciclo: meu pai determinava que haveria um outro dia depois daquela noite.Apesar dos pesadelos, dos fantasmas que às vezes me assustavam, havia um universo ordenado, de sol e presenças, que o relógio de meu pai traria de volta na outra manhã.”
(Lya Luft, In “Mar de Dentro”)

Esse trecho da Lya suscita lembranças da minha infância, o relógio de papai, um "cebolão" como era chamado antigamente, o mostruário amarelado, números grandes, um relógio comum.
Mas que interessante! Papai nunca esqueceu da hora de nos acordar à noite para nos dar o remédio, de nos acordar para irmos à escola e principalmente papai nunca precisou de hora para nos dar amor e carinho.
Neste dia, em que convencionaram ser o “Dia dos Pais” deixo meu abraço carinhoso aos amigos que são pais e uma saudade imensa do meu pai generoso de abraços e de afetos.

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