sábado, 23 de agosto de 2008


PENUMBRA

Espere...
Não entre na desordem deste quarto,
Esparramei no chão meus sentimentos,
Estou revendo a história de cada momento.
Cuidado!
Aqui estão os ais do meu passado...
Não pise nessas dores tão antigas,
Tão velhas que já são minhas amigas.
Observe
Todas as imagens desbotadas,
São meus momentos de decepção
Lavados com o pranto de meu coração...
Descubra
Pendurada naquela parede,
Minha coleção de esperanças
Desde os velhos tempos de criança...
Confira
Aqueles momentos de incerteza,
Os medos, pesadelos, titubeios,
Coleção de meus tolos receios...
Admire...
Empilhei ali naquele canto
Todas as vitórias conquistadas,
Quando por mim fui superada!
Sorria,
Veja a coletânea de alegrias,
Meu acervo da rara beleza...
A vida não tem sido só tristezas!
Não brinque!
Aqui eu guardo meus amores...
De todos, os mais fortes sentimentos.
Tremo ao relembrar cada momento!
Não ligue...
Ali deixei a miscelânea,
Instantes... Curtos, fortes, variados,
Murais que só eu sei o significado...
Enfim...
Sente-se aqui perto de mim,
Apague a nostalgia que me inunda
e veja à meia-luz desta penumbra,
Flashes da aventura que deslumbra!

Sylvia Cohin

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