Há algum tempo recebi do meu amigo Max essa foto e o poema “Regina” com a recomendação que postasse no blog. Coloquei a foto, mas o poema fui deixando para depois.
Hoje levei um puxão de orelhas, de leve, por ainda não ter postado a poesia.
Ei-la:
REGINA
Tu dás e tiras a poesia ao mesmo tempo.
eu tenho olhos para não te ver - tenho braços para não te apertar - tenho voz para não te falar - tenho ouvidos para não te ouvir.
Eu ando de templo em templo - de coração em coração - de poema em poema - de filme em filme - de bordel em bordel - procurando com lúcido fervor te desenvolver em todas as coisas.
Nasceste poderosamente dentro de mim - e de agora em diante és a revelação que estabeleço entre todas as coisas.
Não és mais uma determinada mulher - és diversas mulheres que emergiram do caos, aos pedaços, cobertas de esparadrapos - e que eu suturei e liguei numa só e única - a universal mulher sem idade, sem raça e sem temperamento.
E és também - quem sabe - a anti-mulher, a que se nega sempre, desde o princípio dos tempos, ao poeta, para que ele possa desejá-la eternamente - e nunca desmanche o ideal.
Murilo Mendes
3 comentários:
Nossa Regina!!Até entendo porque você demorou a postar! Não são todas as mulheres que têm o previlégio de receber uma homenagem tão linda! Mas você merece e fico feliz por mais essa flor rara que tive a oportunidade de colher no seu canteiro. Beijos, Karmem
Linda poesia, rs
“Há pessoas que nos roubam...Há pessoas que nos devolvem.”
Abraços amiga.
Poesia maravilhosa! Linda! Você merece! Beijos!
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