Foto: Paulo César Coelho Júnior
“apalpar manhãs”
sonhei que estava enamorado pela palavra antigamente.
eu sorria muito nesse sonho – fossem gargalhadas. aproveitei a ponta desse sorriso e fiz um escorrega. deslizei. tombei no início de uma manhã.
pensei ver duas borboletas mas [riso] eram duas ramelas. peguei nas duas: o peso delas dizia que eu estava acordado. [a partir do tom amarelado das ramelas é possível apalpar manhãs].
então vi: nos dedos, na pele do corpo por acordar, estavam manchas muito enormes: eram manchas de infância
gosto muito desse tipo de varicela.
Ondjaki, In Materiais Para Confecção de Um Espanador de Tristezas
2 comentários:
Regina querida, lindo gostei.
Beijos
Que lindo este texto...!!!
Damáris
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