quinta-feira, 31 de maio de 2012

Fantasmas da cidade


 
 Foto: Leo Pereira

Quando a cidade se esvazia
Das gentes que a alimentam e fazem crescer
Um exército de gente despojada, deserdada
Sai dos esconderijos diurnos
E deambula nas ruas desertas da cidade.
Os olhos acesos das lojas
Iluminam os olhos apagados dos fantasmas da cidade.
Putas baratas esperam clientes baratos.
Clandestinos, emigrantes do país e da vida
Procuram nas sobras dos outros
Os restos para sobreviver.
Corpos que fazem da droga e do álcool
Refugio e paraíso ziguezagueiam,
Cruzam-se,
Nas ruas da cidade.
Os passos das gentes fantasmas
Não ecoam na calçada
As suas vozes não se elevam.
São o lado oculto da noite
Vidas clandestinas
A face perversa da cidade.
Não ouves dentro de ti
As vozes dos fantasmas da cidade?
Encandescente

Um comentário:

chica disse...

Poema totalmente real esse.Ficaram lindos na poesia esse tema e os fantasmas!

beijos,tudo de bom,chica (Lindo tudo amarelo aqui!)