Quem me roubou a razão e me fez poeta?
Quem me plantou esse verde dentro
E me fez desejar ser vento
E me fez desejar ser mar?
Quem me colocou nas mãos este dardo imenso
De dar voz ao sofrimento
De dar cor as lágrimas que verto
De ser verbo e verso a chorar?
Quem me traçou linhas e vida
E as juntou
E as tornou uma
E se escrevo vivo
E se vivo escrevo
E se as canto sou?
Quem me roubou a razão e me tornou insana
E me deu a voz e me deu o verbo
Se não o quero nem murmurar?
Encandescente, In Palavras Mutantes, Editora Polvo
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