Saída do Metrô no Largo do Machado, 17h de 5ª feira. Um jovem senhor anuncia seu produto: “Compre poesia, basta uma moedinha.“ Observei que as pessoas passavam depressa sem se quer olhar para o lado, andei um pouco a frente, abri a bolsa, retirei uma nota de R$2,00 e entreguei ao poeta. Recebi uma folhinha xerocada e um sorriso acompanhado de uma lamúria: “Às vezes penso em desistir, será que vale a pena?”
Respondi-lhe como Pessoa: “Tudo vale a pena se alma não é pequena”.
Sem Deus é assim!
As vezes,
fico parado,
pensando:
O que eu faço da vida?
Outras,
eu,
as vezes,
superior,
digo:
Tudo bem!
E lá vou eu.
De repente,
lembro-me das coisas do passado,
daquelas que deixei de fazer;
choro,
me sinto vazio,
distante,
e me pergunto:
Quem sou eu?
E as vezes até lembro de Deus.
Então eu juro.
Prometo.
Mas...
Quando eu volto a minha realidade existencial,
lá vou eu de novo,
sonhos,
ilusões,
frustrações,
sempre prometendo um dia melhorar,
recomeçar,
mudar,
e o tempo passa....
poetapeixoto@yahoo.com.br
3 comentários:
Ter vontade de chutar o balde é um sentimento normal que acho que todos temos em algum momento. O importante é persistir. Com todas as dificuldade, persistir. Desistir jamais ! Bjs !!
É isso aí Andréa...
Se começarmos a chutar SEMPRE os baldes...a vida vai para o brexo!
E pior, sem volta!
Amei Rê, beijos
Talvez as pessoas prefiram comprar remédios nas farmácias, pra diminuir o stress, porque pensam que poesia não faz nada. Segundo Leminsky, "Graças a Deus, não serve pra nada"...e que bom seria
parar e comprar um nada no meio de uma cidade gigante e, ler e sorrir
este nada, sem ter que dar satisfação ao mundo do porque a poesia faz tão bem sem servir pra nada...
Beijo, amiga, quer uma poesia pra voce?
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