quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Credo

De tal modo é,

que eu jamais negá-lo poderia:

sou agarrada na saia da poesia!

Para dar um passeio que seja,

uma viagem de carro avião ou trem,

à montanha, à praia, ao campo,

uma ida a um consultório

com qualquer possibilidade, ínfima que seja, de espera,

passo logo a mão nela pra sair.

É um Quintana, uma Adélia, uma Cecília, um Pessoa
ou qualquer outro a quem eu ame me unir.


Porque sou humano e creio no divino da palavra,
pra mim é um oráculo a poesia!
É meu tarô, meu baralho, meu tricô,
meu I- ching, meu dicionário,

meu cristal clarividente,

meus búzios,
meu copo com água,

meu conselho,

meu colo de avô,
a explicação ambulante para tudo o que pulsa e arde.
A poesia é síntese filosófica, fonte de sabedoria,

e bíblia, dos que, como eu, crêem na eternidade do verbo,
na ressurreição da tarde e na vida bela.

Amém

Elisa Lucinda, In A fúria da beleza


Escola Lucinda de Poesia Viva

Um comentário:

Mimi disse...

Elisa Lucinda! Amoooo essa mulher!!!!!
Obrigada, Rê!
Beijão