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Vago por labirintos espelhados,
Feitos de duros bronzes e de prantos,
Ando por descaminhos tais e tantos
Que seus desvios geram destroçados
Clarões de perdição, alcatilados
Declives enganosos, e mais quantos
Desconcertos couberem na alma, e espantos
Desfilando vertigens, e enforcados
Gritos que assomam, pedras proferidas
Como calhaus de noite, e maldição
Porejando da boca, e desferidas
Perguntas de asas rotas – sim e não
Ceifando córneas, ossos e feridas –
E a dor do cravo assassinado na mão.
Hélio Pellegrino
Poema escrito no Regimento Caetano de Farias, em 22/2/1969, quando Hélio estava preso, acusado de líder comunista pela ditadura militar. O poema consta do livro “Minérios domados, ed. Rocco, 1993. In, Hélio Pellegrino, Lucidez Embriagada, organização Antonia Pellegrino.
Um comentário:
Esse livro já está na minha lista de desejos.
Já conhecia um texto dele através de você, e fiquei curiosa para conhecer sua obra.
Bom dia querida.
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